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Um homem sensato pode apaixonar-se como um doido, mas não como um tolo.

_ François La Rochefoucauld

Se apaixonar não é vergonhoso. Sentir aquele friozinho na barriga toda vez que observar o objeto de desejo, não é pecado. Tudo começa por ela, pela paixão. Para Honoré de Balzac, o amor é a única paixão que não admite nem passado, nem futuro. Por isso, não podemos culpar Evelin por ainda amar seu marido.

— Louis… — Pausou, mas a sua reação deixou Louis mais seguro de sua resposta. Não podia acreditar que ela tinha se apaixonado pelo marido logo após casar. Nem sabe como agir. Evelin se sentia exposta, como se a qualquer momento meio mundo de pessoas entrariam em seu quarto e chacotearia por ela ser uma tola e amar quem não te ama. Ela compreendia claramente que ambos não tinham se encontrado mais do que dez vezes, contudo, não pode mandar em seu coração. Notando o olhar de pena de seu primo, ponderou lhe contar a verdade, como tudo começou, pensando que o marido não tinha levado a sério o contrato de casamento, a garota começou a ficar angustiada, então começou a narrar a sua história.

— Há dez anos nossos avós me enviaram para um acampamento, foi um mês depois que meus pais faleceram. Estava péssima, sofrendo muito. Ela lembrou da conversa como se fosse hoje. Ela está viva em sua mente.

— Por que está chorando? Se machucou? — Perguntou abaixando-se na frente da pequena.

— Quem é você? Um anjo? — Perguntou inocente. O jovem sorriu encantado. Além de linda, a menina possuía uma voz melodiosa.

— Ninguém nunca me chamou de anjo. — sorriu maroto — Me chamo Eduardo, pequena índia. Pergunto de novo, por que está chorando?

— Estou sofrendo. — Disse voltando a chorar.

— Quem lhe fez sofrer? Diga-me e me vingarei por você. — Declarou com uma postura altiva, típico aquelas que os heróis sempre fazem. Ela sorriu, o achando bobo, e em simultâneo, charmoso.

— Meus pais faleceram em um acidente de carro. São tantos sentimentos aqui dentro. — apontou para o peito — Não consigo lidar com eles. Me sinto só e desamparada.

— Sinto muito pelos seus pais. Perder alguém não é fácil.

— Quem você perdeu? — Ela perguntou se afastando para ele sentar ao seu lado.

— Um grande amigo, mas faz muito tempo.

— Isso não quer dizer nada, o tempo não apaga a dor.

— Verdade, mas nos faz suportar melhor! — sorriu — Mesmo sabendo que um dia a vida acaba, nós nunca estamos preparados para perder alguém.

— Nicholas Sparks! — Evelin o respondeu.

— Isso! Além de linda, é uma garota inteligente. O pacote completo.

— Você me acha linda? — Questionou incrédula. Ninguém nunca lhe falou isso.

— Sim, lindíssima. — colocou a não no queixo pensativo — Por acaso é índia?

— Não. — riu — Sou assim por parte de mãe, na verdade, minha falecida bisavó. Ela era índia da tribo Tukano.

— Uau, uma bela bagagem ancestral. — segurou a mão da menina — Qual é o seu nome e idade, pequena índia?

— Evelin, tenho dez anos! E você, quantos anos tem?

— Dezessete anos! — disse — Além de inteligente, linda, possui o nome de uma princesa. Sou um homem afortunado por conhecê-la.

— Você é bobo… — Exprimiu mais leve.

— Bobo bom, ou ruim?

— Bom, claro. — Gargalhou, hipnotizando Eduardo com sua beleza simples e extraordinária.

Sou Presa a VocêOnde histórias criam vida. Descubra agora