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O futuro tem muitos nomes. Para os fracos é o inalcançável. Para os temerosos, o desconhecido. Para os valentes é a oportunidade.

 ___ Victor Hugo

Thomas Edison um dia disse que nossa maior fraqueza está em desistir, que o caminho mais certo de vencer é tentar mais uma vez. Quero me ater a palavra “fraqueza!” Uma palavra tão simples, mas com um peso enorme. À muitas pessoas que pensam que ter emoções, amar quem não deveria, que buscar afeto é um sinal de fraqueza. Digo a vocês que não, significa ser, humano. Você sentir, chorar, desejar, não é fraqueza, é ser, humano. Experienciar tais coisas, faz parte da vida, não há como fugir, porque tudo está aí dentro, pelo contrário, cuide-se, arrume a sua casa e escolha sabiamente, pois oportunidades não voltam só por que está compungido. Infelizmente, Evelin e Eduardo não aprenderam isso.
Enquanto Eduardo carregava Evelin, a ferida se abriu mais, queimava, ardia. Ela nem sabia o que sentia, apenas que estava insuportável. A jovem percebeu ser mais sério do que antes. Enquanto seu esposo a carregava, ela sentia o calor vindo dele, mas não é tola, pode avistar o grande iceberg nos olhos azuis.

— Espere Eduardo! — Senhor Thomas ordenou. Seu neto parou na hora. Evelin via ambos discutindo em um idioma que  nunca ponderou aprender falar. Alemão. Eles conversavam calorosamente. Não precisava ser astucioso para saber falarem dela. A jovem se encolheu no colo do esposo com a preocupação em maior quantidade, se perguntando quando é que ele a acusaria de algo.

— Porra! — Eduardo exclamou enquanto se afastava de seu avô. Evelin fechou os olhos em covardia. Não teria condições de enfrentá-lo por agora, apenas aproveitou que esta nos braços dele e sentiu a musculatura em suas mãos. Ela alisava seu peito inconscientemente, e quando notou o que fazia, parou na hora. Era como se quisesse  acalmá-lo, mas a mesma entendia que isso não adiantaria em nada.

— Senhor Eduardo, já está de saída? — O rapaz responsável em guardar os carros inquiriu. Eduardo o fulminou com os olhos, se saísse fogo queimava o homem.

— Está cego? Vá pegar o meu carro! — Bradou.

— Mantenha a pacacidade, Eduardo, o homem não tem nada a ver com os nossos problemas. — Evelin se viu falando. Ela pode lidar com as grosserias dele, mas vê-lo destratando o homem por sua causa, a incomodou.

— Cale-se Evelin, sua vez irá chegar. — Declarou frio. Ela se calou, pois isso apenas permitiria ele ficar mais zangado. O rapaz chegou todo muxo, abriu o carro para Eduardo por Evelin no banco do carona e se afastou. Ela ficou quieta no lugar, mas olhou para seu esposo e viu que ele falava algo ao homem, contudo ela não pôde escutar uma só palavra. Ele entrou, ligou o carro e acelerou. O silêncio era  que mais lhe assustava, no entanto, não durou muito. Seu marido lhe dirigiu duramente.

— Quer arruinar a minha  vida? Acha pouco o que tem? — Perguntou batendo no volante com violência. Isso é para não dar na minha cara? Pensou com uma pitada de amargura.

— Me diga o que fiz contigo, Eduardo? Por favor, me esclareça.

— Ainda pergunta? Se machucou para meu avô achar que fui eu que fiz isso em você. — Acusou.

— O quanto de ruim pensa sobre mim, Eduardo? Jamais faria isso.

— Espera que eu acredite?

— Não fiz isso, acredite. Não me machucaria por ninguém.

— E quem fez? Quem lhe machucou assim, querida esposa? — Perguntou sarcástico. Evelin pensou no que falar, verdade, ou mentira, no final escolheu dizer a verdade, acreditasse ele ou não.

— Você! — Olhou para ele com os olhos transbordando. Eduardo parou o carro bruscamente e a encarou. Ele segurou seu braço com força.

— O quê, sua desgraçada?

Sou Presa a VocêOnde histórias criam vida. Descubra agora