Se pudessem conquistar os homens com fingimentos, todas as mulheres velhas teriam amantes.
_ Suzanne Necker
— O que faz na minha casa? — Evelin questionou zangada. Tentou bater a porta, mas a mulher colocou a perna na frente. Nunca que ela machucaria alguém propositalmente, mesmo esse alguém sendo a amante de seu marido.
— Sua casa, essa é boa. Essa casa é de Dudu e em breve minha também. — riu sarcástica — Você ainda não entendeu ser uma intrusa, sua desgraçada?
— O que faz aqui? — A jovem repetiu escondendo o tanto que as palavras da mulher lhe machucaram profundamente.
— Quero saber o que fez para Eduardo viajar com você? Fala sua maldita.
— Meu Deus, esse mundo está investido viu. A amante vindo tirar satisfação com a esposa. Onde vamos parar? — Evelin debochou para esconder a dor que senti no coração.
— Não deboche da minha cara, não sabe do que sou capaz para tirar quem quer que seja do meu caminho.
— Isso é uma ameaça?
— Entenda como quiser sua sem sal. — grunhiu apertando o punho — Responda a pergunta.
— Não tenho que lhe dar satisfação nenhuma, aliás, está sendo ridícula mulher. Onde está seu amor-próprio? Vocês estavam há tanto tempo juntos. Por que não a pediu em casamento? Já colocou na cabeça que ele não o fez porque nunca foi uma escolha para ele?
— Cala essa boca, vagabunda. — Berrou fazendo menção de bater na face da jovem, contudo ela reagiu antes e segurou a mão da loira no ar.
— Não tente me bater de novo, juro que não serei tão complacente.
— Não perde por espera. — sorriu friamente — Nunca deixarei que dê um bebê a ele, se engravidar tirarei você e a coisa do meu caminho.
Saiu sem olhar par traz, altiva e com muito veneno. Evelin fechou a porta tremula, pálida e angustiada. Ela levou realmente a ameaça a sério.
Sentou no sofá e contemplou o nada. As lágrimas rolaram sem aviso, quando notou chorava de soluçar.
Será que nunca terei paz? Não terei a família que sempre quis? Se questionava soluçando. Desde cedo a vida não foi fácil para ela, então, ela solidificou seu espírito para nada lhe tirar do prumo, nem mesmo a falta de carinho de seus avós, entretanto, os dias maravilhosos que passou com Eduardo baixaram sua guarda. Ela disse a seu primo que sabe onde está se metendo. Será mesmo? Bem, ela se levantou, limpou as lágrimas e foi tomar banho. Pelo horário seu esposo chegaria tarde. Após o banho se deitou, pois a dor na cabeça pelo choro convulsivo está lhe tirando o chão. Tomou um remédio, apagou as luzes e fechou os olhos. Tentou de todas as formas dormir, porém, seus pensamentos não paravam um só minuto.
Escutou o barulho da porta do quarto abrindo e seu coração disparou no peito. Tudo que não queria é lidar com Eduardo agora. Seu coração está machucado, e o culpa por tudo que está acontecendo. Sentiu ele sentando na cama e cheirando o cabelo dela.
— Sei que está acordada, pequena. — beijou os cabelos dela — Desculpa pela demora, estou com um problema na empresa, fiquei até agora tentando resolver, mas ainda nada.
Ela se virou e o olhou, seu coração deu uma cambalhota no peito ao admirar sua feição. Olhos azuis feito duas piscinas, um queixo quadrado de dar inveja e cabelos negros feito o carvão. O homem mais lindo que já viu e o grande amor de sua vida.
— O que foi? — Eduardo Indagou. Ele notou que algo está errado desde que entrou e tocou nela. A mesma se retraiu sob seu toque.
— Você está cansado, esquentarei sua comida enquanto toma um banho. — Se levantou da cama.
— Não foi isso que perguntei. Diga a verdade. O que aconteceu, Evelin?
— Você está cansado, Eduardo, amanhã conversamos.
— Acha que conseguirei dormir sem saber o que deixou minha mulher tão chateada que ela não deseja mais o meu toque? Fale de uma vez. — Pediu aborrecido.
Ela não conseguiu conter as lágrimas ao ouvi-lo chamando-a de minha mulher. O choro deixou o homem a sua frente em alerta.
— Conheci a sua amante, hoje. — Revelou.
— O quê? — Ele arregalou os olhos desconfortáveis. Desde que ele viajou com ela nunca mais pensou em Bruna, tinha até esquecido a existência dela, pelo menos até receber a ligação dela pela manhã.
— Bruna veio aqui e ameaçou a mim e o filho que ainda não tenho. Disse que tiraria eu e nosso bebê do caminho dela. Eu acreditei, Eduardo. Sei do que o ser humano é capaz e como ela disse estou em seu caminho. — Saiu de perto dele.
— Espere, se acalme. — Tentou tocá-la, todavia ela se esquivou de seu toque.
— Não me fale para me acalmar.
— Não se esquiva do meu toque. — Pediu chateado. O distanciamento dela deixou um gosto amargo em sua boca. Ele não gostou.
— Não tenho que passar por isso, não tenho mesmo.
— Irei falar com ela. — Disse nervoso. Quando estava na empresa seus pensamentos estavam apenas em Evelin, em quando chegar em casa e fazer amor com ela a noite toda, não achou que teria essa recepção.
Evelin calçou os pés em suas pantufas de urso panda. Se não fosse a situação complicada que estavam ele riria, ela está fofa e linda.
— Acho melhor não fazermos mais sexo.
— Está fora de cogitação essa ideia estapafúrdia. — Ele avisou com zanga.
— Está decidido, Eduardo.
— Como acha que vai engravidar? — Usou a lógica.
— Vamos esperar se as minhas regras vão descer, se acontecer podemos esperar minha próxima ovulação.
— Não, Evelin… — Ela o interrompeu chorando.
— Você é homem, Eduardo, não é tolo, tem conhecimento que me apaixonei por você. — riu triste — Eu o amo com tudo em mim, mas antes disso preciso me mar primeiro. Não deixarei que pise em meu coração, de maneira nenhuma. — Saiu o deixando confuso, com o coração batendo em um ritmo alucinado, como os tambores e percussões da banda Olodum.
Ela disse que me ama? Pensou puxando os cabelos em desespero.
— Porra! — Exclamou sem saber como agir. Ouvir da boca dela seus sentimentos o desarmou. Eduardo não esperava por isso. Tomou banho para tentar colocar a cabeça no lugar. Ele tem que ter uma estratégia, precisa ter sua pequena de volta, depois lidaria com Bruna.
Após se banhar saiu do quarto com apenas uma calça de moletom cobrindo seu sexo e o tronco nu. Os cabelos molhados denunciavam o banho recente. Assim que chegou a sala de jantar, sua esposa sentiu sua presença e virou. Seus olhos estavam vermelhos e tristes. Mesmo sentindo-se um nada, não resistiu passar os olhos pelo corpo escultural de seu esposo e devorá-lo com os olhos. Isso deu esperança ao Schramm. Ela voltaria ser dele. Foi seu pensamento otimista antes de se aproximar dela. Não falou nada, apenas sentou e quando ela passou para se retirar a puxou para sentar em seu colo. Nenhum deles falou nada, ele apenas a abraçou, não tentou nada que pudesse afastá-la dele ainda mais. Ele passou a perna dela esquerda para o outro lado do seu corpo, deixando os dois de frente. A abraçou mais apertado, então ela chorou com mais força sem importar com nada. Eduardo acarinhava os cabelos dela com o coração aquecido. Vê-la chorando lhe dilacera. Quando se acalmou, levantou a cabeça e o olhou nos olhos. Eduardo se questionou como ele nutriu tanta raiva por ela, sendo a pessoa maravilhosa que é. Porque quando se permitiu olhar nos olhos dela, percebeu a mulher incrível que bem em sua frente. A carregou até a cama, beijou o topo de sua cabeça, murmurou um boa noite e saiu. Chegou a sala de novo, colocou o prato no micro-ondas para esquentar, após sentou-se mais uma vez. Seus pensamentos estavam longes nem saboreou a comida que sua linda esposa fez.
Passou a noite acordado pensando no que fazer. Como resolver essa situação. Saiu antes de Evelin acordar, não quer ver a decepção nos seus olhos. Chegou cansado e com um grande mau-humor e ficou pior, quando deu de cara com Bruna em sua sala. Ele não sabia que poderia sentir tanta raiva dela como nesse momento.— O que faz aqui? — Indagou hostil. Não sabia que teria essa conversa tão cedo, mas não fugiria, afinal não é um covarde.
Bom final de semana meninas!
😘
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Sou Presa a Você
RomanceEvelin Ferreira, perdeu seus pais aos dez anos e foi morar com seu avós. Eles nunca lhe passaram amor, ou calor humano. Nunca lhe deram o que era preciso, mas exigiram muito quando a forçaram se casar com um desconhecido por contrato. Ela aceitou pa...