7.

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Pov Maraisa

- Ela chegou? - Pergunto para Gabriela.

- Disseram que ela não vem nas próximas duas semanas - A mulher fala me olhando - Já não veio a semana inteira.

- Deve ter acontecido algo...

- Bom, eu não vou sentir falta dela - Gabriela fala rindo - Por mim, se ela nunca mais aparecesse seria ótimo.

Sorrio fraco e concordo com a cabeça, mesmo não concordando em nada com a mulher fala. Passar aquele dia com a Marília, foi a primeira vez que eu vi ela como uma pessoa normal, não como a chefe mandona que todo mundo tem medo.

Quando todos estão conversando, rindo que Marília está doente, já que a loira quase nunca fica sem vir para a empresa. Volto para a minha área de trabalho e continuo fazendo a minha função, até sentir duas mãos no meu ombro.

- Oi, você está bem? - Gustavo pergunta me olhando - Está quietinha hoje.

- Estou eu só... tô preocupada com a senhora Mendonça.

Gustavo começa a rir e senta do meu lado, deixando as suas mãos no meu ombro.

- Maraisa, vaso ruim não quebra rápido - Ele fala rindo - Não se preocupa, já já a insuportável está de volta.

- Você não conhece ela.

- E você conhece? Olha que eu trabalho aqui a mais de cinc-

- Gustavo, na minha sala agora - Marília fala alto.

Estava tão focada na minha conversa no rapaz, que sequer percebi que todos estavam de volta nós seus postos e que Marília já tinha chegado. Nós olhos se encontram e ela está diferente, não é a mesma Marília que dormiu abraçada comigo, parece novamente a senhora insuportável, que eu já odiei tanto. Mas ela está tão linda, como sempre a mulher mais elegante que eu já vi, a sua saia marca bem a lateral do seu corpo, seu cabelo grande batendo na sua cintura e seus inseparáveis óculos.

Gustavo saí de perto de mim e entra na sala de Marília e a loira bate a porta com força, assustando todos ao redor.

As vezes penso que ela só se faz de forte e independente, para afastar as pessoas, porque eu conheci a versão real e me apaixonei por ela.

Depois de longos minutos, Gustavo saí da sala de Marília nervoso e com um papel na mão, fazendo eu me aproximar dele.

- O que aconteceu? - Pergunto segurando as suas mãos.

- Ela me demitiu - Ele fala nervoso - Ela é um monstro, o pior tipo, além de me demitir, ela tirou todos os meus direitos, por trabalhar anos na empresa.

- Eu não entendo porque ela fez isso...

- Ela não precisa de motivos, Maraisa, se ela quiser acabar com a sua vida, ela faz.

- Eu vou... eu vou tentar dalar com ela - Falo para o homem.

- Ela vai te demitir também.

Sorrio fraco e me afasto do homem, batendo na porta de Marília antes de entrar, mas ela não responde e eu entro mesmo assim.

- Lila, podemos conversar?

- Senhora Mendonça - Ela me corrige ainda de costas para mim - E quando você bate na porta, alguém precisa autorizar a sua entrada.

Reviro meus olhos e fecho a porta atrás de mim, me aproximando dela.

- Por que você demitiu o Gustavo? - Pergunto para ela - Ele não fez nada.

- Porque eu quis - Marília se vira e se aproxima de mim - Ficou triste que eu demiti seu namoradinho?

- Ele é um amigo - Falo me afastando - Gustavo não fez nada.

Correntes e Cadeados (Malila) Onde histórias criam vida. Descubra agora