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Pov Marília

- Eu já estraguei a nossa lua de mel - Falo chorando - Eu tô estragando os nossos primeiros dias como casada, me desculpa.

- Lila, está tudo bem.

Eu começo a chorar mais ainda pelo enjoo e vômito novamente no vaso, fazendo a minha esposa prender o meu cabelo em coque. Não tivemos lua de mel, comecei a passar mal assim que o casamento acabou e Maraisa como a grande mãe coruja, fez todo mundo voltar para o Brasil, para ficarmos perto do hospital que está cuidando da minha gravidez.

- Maiara disse que não é normal tanto enjoo - Minha esposa fala passando a toalha molhada no meu rosto - Acho melhor a gente ir no médico.

- Não quero ir - Nego com a cabeça - Eu estou estragando tudo, não estou?

- Amor, você nunca vai estragar nada - Ela fala alisando as minhas costas - Termina de vomitar, eu vou te dar um banho e nós vamos no medico.

- Não gosto de médico, Mara.

- Precisamos ir...

Ela me ajuda a levantar e me ajuda no banho, a dor pélvica está insuportável, os enjoos estão mais intensos, meus seios estão sensíveis, me sinto cansada o tempo inteiro, não sei o que está acontecendo. Maraisa coloca uma calça em mim e só coloca um moletom por cima, sem se preocupar se estou feia ou não. Saímos de casa apressadamente, ela parece uma louca dirigindo e quando chegamos, rapidamente somos atendidas.

- Ela não comeu nada hoje - Maraisa fala preocupada - Além de estar sentindo mal-estar o tempo inteiro.

- Nós vamos fazer os exames - A médica avisa - E vamos fazer uma ultrassonografia nela.

- O que é isso? - Pergunto olhando para ela.

- Para saber se o bebê está vivo.

Ela saí do quarto que eu estou e rapidamente eu me vejo entrando em dessespero. Se eles vão fazer exames para ver se está vivo é porque existe possibilidade de não estar.

- Mara, ele está bem, não está? - Pergunto com a voz embargada - Eu não estaria sentindo isso se ele não estivesse bem, não é?

- Eu não sei, Lila...

As lágrimas começam a descer pelos meus olhos e a minha esposa percebe, limpando as lágrimas do meu rosto. Ela tenta me acalmar, mas não adianta muito, eu entro em dessespero. As médicas fazem os exames e temos que esperar um tempo para o diagnóstico.

- Está doendo? - Minha esposa pergunta pelo soro na minha mão.

- Não...

Ela beija a minha cabeça e senta na minha frente, alisando meu rosto. Consigo ver o medo no seu olhar também, por isso ela está tão quieta, não está tentando me distrair. Quando a médica volta com os papeis na mão, Maraisa rapidamente se levanta e espera ansiosamente para a fala da médica.

- Os gêmeos estão bem - Ela fala para a minha esposa - São gêmeos bivitelinos, dá para ver porque eles não estão na mesma placenta.

- O quê?

Meu mundo gira por completo, parece que todos os meus planos caíram nas minha costas e nada do que eu planejei vai acontecer. Abro a boca para responder mas não saí nada, quando olho para o meu lado, Maraisa está travada olhando para a médica, mais branca do que o normal.

- Não fizemos inseminação de gêmeos - Falo rapidamente - Não... não foi... não... meu Deus eu não consigo explicar.

- Isso é genética, Marília - A médica me explica rindo - Provavelmente os óvulos da Maraisa se dividiu em dos na inseminação, é raro, mas acontece.

Correntes e Cadeados (Malila) Onde histórias criam vida. Descubra agora