9.

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Pov Maraisa

- Você não pode ficar assim o dia inteiro - Lauana fala me entregando um lenço - Já passou.

- Eu não entendo... o que ela queria que eu fizesse? - Falo com a voz embargada - Eu queria beijá-la, não vou mentir, mas ela é noiva.

- Ela não deve ser feliz nesse noivado, Mara...

Nego com a cabeça a e abraço as minhas pernas, deixando as minhas lágrimas caírem dos meus olhos. É muito estranho a sensação de ser fã de uma pessoa a vida inteira, até voce conhecer e se apaixonar por uma pessoa totalmente diferente do que você imaginava, mas ainda sim, você se apaixona, mas uma coisa as duas versões tem por igual, as duas versões eu não posso ter.

- Ela não... não te mandou mensagem nem nada? - Lauana pergunta pegando meu celular.

- Ela me odeia - Falo baixinho.

- Ela tentou te beijar, não acho que ela te odeia.

- Ela não ama ninguém...

Minha amiga sorri fraco e me abraça, beijando meu ombro. Tento me acalmar nós seus braços, não vale a pena chorar por isso, principalmente porque amanhã na empresa Marília vai fingir que nada disso aconteceu, que nunca tentou me beijar e que nunca se mostrou vulnerável para mim, ela sempre vai fazer isso.

Escuto alguém batendo na porta e vejo a minha mãe aparecendo no quarto.

- Filha, o Danilo veio te ver.

- Não quero ver ninguém hoje, mamãe - Falo ainda cabisbaixa - Pede para ele ir embora.

- Ele veio te chamar para um encontro, Maraisa, disse que até juntou dinheiro para ir no restaurante com você.

- Mas, mamãe...

- Dá uma chance para o rapaz - Minha mãe se aproxima - Ele é uma boa pessoa.

- Eu não quero nada com ele...

- Só tenta...

Minha mãe não vai parar de insistir até eu aceitar. Concordo com a cabeça e ela saí do quarto, fazendo eu me jogar na minha cama e tentar me fundir com os lençóis. Saio da minha cama e visto qualquer roupa, não quero sair, mas prefiro ir comer de graça do que escutar meus pais, falando de como eu preciso arranjar um namorado.

Desço as escadas e encontro Danilo me olhando, sorridente.

- Vamos? - Ele pergunta animado.

- Vamos, Danilo...

Saímos da nossa casa e ele abre a porta do carro para mim, o tempo inteiro tentando ser cavalheiro. Mesmo na estrada, Marília não saí dos meus pensamentos, ela está mexendo comigo intensamente, muito mais do que antes.

Eu queria ter beijado a loira, queria sentir o sabor da sua boca, mas e depois? Não teríamos nada, o máximo que eu iria conseguir é ser uma amante, isso que iria me restar.

- Chegamos, Maraisa - Danilo fala com a mão na minha perna.

Olho para o restaurante é parece ser bem caro, quero saber como vamos pagar isso.

- Como vamos pagar isso, Danilo?

- Não se preocupa, meu amor - Ele alisa meu rosto e eu rapidamente me afasto - Eu vou pagar.

- Sim, até porque eu não tenho dinheiro - Falo saindo do carro.

Entramos no restaurante e cada vez que Danilo fala perto de mim, eu tenho vontade de revirar meus olhos, não queria estar aqui, só vim pela comida de graça.

Correntes e Cadeados (Malila) Onde histórias criam vida. Descubra agora