Correntes e Cadeados (Malila)

19.

Pov Maraisa

- E como foi a primeira vez de vocês? - Maiara pergunta me olhando - Marília foi cuidadosa com você?

- Foi maravilhoso - Sorrio para ela - Eu nunca tinha me sentindo daquele jeito com outra pessoa.

Maiara sorri para mim e eu abaixo a cabeça, brincando com Amaya que está no meu colo, mordendo as minhas mãos. Passo minhas mãos pelos seus cabelos loiros e beijo a sua cabeça, sentindo seu cheiro.

- Nós vamos ter tempo de conversar - Maiara fala segurando as minhas mãos - E você vai me perdoar por ter ido embora.

- Você deveria se preocupar com nossos pais, Maiara - Falo devagar - Nossa mãe chorou muito quando você foi embora.

- Eu queria poder voltar...

- Por que você não pode?

Quando Maiara abre a boca para falar, Marília aparece na sala, com o rosto totalmente vermelho e úmido pelas lágrimas. Coloco minha sobrinha no chão e me aproximo dela rapidamente, segurando seu rosto.

- O que aconteceu, meu amor?

- Podemos conversar? - Ela pergunta com a voz embargada - Só nós duas? Por favor...

- Podemos, Lila...

Marília me leva até o andar de cima e entra em qualquer quarto, fechando a porta. Algo aconteceu, percebo pelo seu jeito ansioso e pelas suas mãos trêmulas. Me aproximo dela e levo minhas mãos para a sua cintura, juntando nossos corpos.

- O que aconteceu, meu amor? - Pergunto tirando os fios de cabelo do seu rosto - Você estava bem, o que aconteceu?

- Nós precisamos voltar, hoje ainda.

- O quê? Não, acabamos de chegar - Nego com a cabeça e limpo as suas lágrimas - Eu acabei de me resolver com Maiara, não colocamos todas as conversas em dia.

- Você quer ficar?

- Quero...

- Tudo bem.. - Ela sorri fraco e me afasta com as mãos - Eu vou ir e compro a sua passagem para quando você quiser voltar.

- Não, Lila, você vai ficar comigo.

- Eu disse que eu preciso voltar, Maraisa - Marília fala nervosa - Você quer ficar? Fique, mas eu preciso ir.

- O que aconteceu?

- Um... um problema na empresa - Ela fala de costas para mim - Eu preciso voltar.

Me aproximo dela e abraço seu corpo por trás, beijando seu ombro, tentando acalmar a minha mulher. Deve ter sido um problema muito grave para deixar ela tão nervosa e ansiosa desse jeito.

- Então vamos voltar, Lila...

Marília concorda com a cabeça e saí dos meus braços, abrindo a porta e descendo as escadas. 

- O que aconteceu, meu Deus? - Sussuro baixinho.

///

No aeroporto, Marília sequer olha para mim, ela está quieta, não fala, não responde, não faz nenhum movimento, só fica quieta.

Mesmo sendo doloroso me despedir da minha irmã e da sua família, nunca eu deixaria minha namorada voltar sozinha, principalmente sabendo que ela pode precisar de mim, mas não nego que seu silêncio me machuca, até porque a minha Marília, não é quieta, a minha Marília é amor, a pessoa mais carinhosa que eu já conheci.

- Eu te amo, Lila... - Falo chamando a sua atenção.

- Eu não sei amar ninguém - Ela fala sem me olhar - Eu queria saber... saber te amar igual Luísa ama a Maiara.