16.

1.7K 221 105
                                    

Pov Marília

- O que você acha desses? - Minha funcionária pergunta - Estamos testando modelos novos para a agência, achamos que podem ficar legais.

- São bons - Falo apontando para os modelos - Pode usar, estão bons.

Ela concorda com a cabeça e fecha o notebook, indo para a porta da minha sala.

- A Maraisa já chegou? - Pergunto para a mulher - Da equipe de marketing.

- Ainda não...

- Tudo bem, obrigada.

A mulher fica olhando para mim por longos segundos, como se tivesse processando o que eu acabei de dizer.

- O que foi? - Pergunto confusa - Você já pode ir.

- Desculpa é só... a primeira vez que a senhora agradeceu por algo.

Abro a boca para responder mas não consigo, estava tão acostumada a ser estúpida com as pessoas que esqueci a educação que meus pais me deram. Só faço um movimento com as mãos mostrando que é para a mulher sair e fico me girando na cadeira, sem nada para fazer. Maraisa quis dormir na sua casa, mesmo eu quase chorando para ela ficar.

Não tenho nada para fazer, além de assinar papéis e brigar com as pessoas e eu já fiz isso, então fico completamente entediada.

Meu celular começa a tocar novamente e é o mesmo número, quando eu vou desligar, um sentimento me manda atender e eu faço.

- Alô? Quem é? - Pergunto mas a pessoa não responde - Olha, você está me ligando a semanas, não tem nada importante para fazer?

- Lila... sou eu, a Luísa.

Meu coração para por segundos e eu levanto da cadeira nervosa.

- Luísa? Que brincadeira de mal gosto é essa?

- Sou eu, Lila - Ela fala devagar - Sua irmã, que batia nas crianças porque você não sabia se defender.

Minha respiração começa a ficar desregulada e eu ando de um lado para o outro na sala, tentando não enlouquecer.

- Lila, fala alguma coisa...

- Eu não... aonde você está? Eu preciso te ver - Pergunto rapidamente - Como você está? Como estão as coisas?

- Está tudo perfeitamente bem, Lila - Ela fala rindo - Eu sei que faz um ano de tudo, eu tive que me afastar, mas eu senti que você precisava de mim.

- Eu preciso... - Falo com a voz embargada - Aonde você está?

- Estamos morando na casa dos nossos pais em Cingapura - Luísa explica e eu escuto um barulho de choro.

- O que é isso, Luísa? Que choro é esse?

- Essa é uma das supresas...

- O que?

- Maiara estava recebendo inúmeras ameaças da nossa avó, além dela me expulsar, ela ameaçou acabar com a vida da minha mulher - Luísa explica devagar - Maiara estava grávida quando tudo aconteceu, Lila.

- Aí, meu Deus...

Começo a procurar o ar dos meus pulmões, mas parece que eles já se foram, até que eu penso, se minha avó, ameaçou Maiara porque estava se relacionando com a Luísa, ela não iria só ameaçar a minha mulher, ela seria capaz de...

- Lila... queremos que você venha nós visitar - Luísa pede - Mas vem em descrição, por favor.

Ignoro o que a minha irmã fala e saio correndo atrás de Maraisa. Abro a porta e não vejo ela na sua mesa, procuro pelo escritório e ela não está aqui. Desço correndo as escadas de emergência e chego na recepção e lá está ela, conversando com o porteiro.

Correntes e Cadeados (Malila) Onde histórias criam vida. Descubra agora