Correntes e Cadeados (Malila)

18.

Pov Marília

Acordamos cedo e estamos indo para a casa da minha irmã, ver as três. Maraisa está quieta, totalmente tensa, olhando para a rua, sem se importar comigo totalmente em cima dela. Beijo a sua bocheca mas não recebo a sua atenção, mas continuo tentando.

- Pelo menos aqui você não vai embora para a sua casa - Falo olhando para ela - Eu tenho você comigo o tempo inteiro.

- Você fala como se não ficássemos juntas o tempo inteiro.

- É mas quando a gente voltar para o Brasil - Falo virando seu rosto para mim - Eu queria que você morasse comigo.

- Lila... meus pais.

- A gente dá um jeito, mas eu quero acordar todos os dias com você.

Maraisa me olha por longos minutos e concorda com a cabeça, beijando a minha testa. Sei que isso não é uma resposta concreta, mas eu vou convencer ela até lá. Não quero ficar longe dela, principalmente sabendo que alguém pode tentar algo contra ela.

Quando chegamos, Maraisa trava e eu seguro as suas mãos, acalmando a minha namorada. Não imagino como isso deve estar sendo difícil para ela, mas quero acalmá-la, assim como ela faz comigo, pelo menos eu acho que é assim que funciona um relacionamento saudável.

- Não quero ir mais, Lila - Ela fala com a voz trêmula.

- Olha para mim - Peço segurando seu rosto - Se quando entrarmos e você quiser chorar ou ir embora, nós vamos, mas só de uma chance, por favor.

- Nós vamos embora se eu quiser?

- Eu nunca deixaria você sozinha...

Maraisa concorda com a cabeça e sela nossos lábios, abrindo a porta do carro e eu saio logo em seguida. Toco a campainha e Maraisa parece criança, se escondendo atrás de mim, com as nossas mãos entrelaçadas.

- Oi, vocês vieram - Luísa fala me abraçando - Eu fiz uma coisa para você, Lila.

- Se for o risoto que você fazia - Falo brincando - Prefiro ficar sem comer.

- Então fica sem comer, idiota.

Reviro meus olhos e sinto Maraisa apertando as minhas mãos, como se fosse para mim lembrar que ela está aqui. Dou um passo para o lado e Luísa abraça Maraisa, deixando a minha namorada paralisada.

- Oi, Mara - Luísa fala sorridente - Maiara me contou tudo sobre você.

- Maiara não me contou nada sobre você - Maraisa fica na defensiva - Pelo contrário, ela não me contou nada sobre você, sobre a filha de vocês, sob-

- Mamãe? - A menininha aparece nas pernas de Luísa.

Luísa se abaixa para pegar a sua filha e beija seu rosto, fazendo a pequena nós olhar curiosa.

- Essa é a Amaya - Luísa fala sorrindo para a pequena - Ela fez um ano mês passado.

A pequena olha para Maraisa confusa, até se jogar nós seus braços e fazer a minha namorada pegar ela com todo o cuidado do mundo. Minha sobrinha passa a mão no rosto da sua tia e não consegue entender porque parece tanto com a sua mãe.

- Não é a minha mamãe - Ela chega a sua conclusão.

Me aproximo dela e seguro a sua mãozinha, fazendo a pequena sorrir para mim. Os olhos de Maraisa enchem de lágrimas e ela beija a bocheca da bebê, quase chorando por estar segurando a sua sobrinha. Entramos na casa e sentamos no sofá, segundo Luísa, Maiara está se trocando.

- Você é muito linda - Maraisa fala ainda com a pequena no colo - A cara de Maiara.

- E a sua cara também, amor.