Correntes e Cadeados (Malila)

40.

Pov Marília

- Não, Maraisa, não encosta em mim - Choro abraçada com as minhas pernas na cama - Você me iludiu, quebrou a minha confiança, não quero nunca mais olhar na sua cara.

- Lila... eu acabei de acordar - Ela fala com a voz rouca e coça seus olhos - O que aconteceu?

Nego com a cabeça e o choro insiste em sair dos meus olhos, um choro que eu não consigo controlar.

- Você disse que nunca me amou - Falo soluçando - Disse que não quer mais eu e o nosso filho, disse que só estava comigo pelo meu corpo.

- Quando eu disse isso?

- No meu sonho.

- Lila...

- Por que você fez isso?

Minha esposa se aproxima mais de mim e me puxa para deitar em cima dela. Vou me acalmando nós seus braços e ela começa uma carícia na minha cabeça. Eu me rastejo até ficar totalmente em cima do seu corpo, sentindo as suas mãos massageando com as pontas dos dedos as minhas costas.

- Mara...

- Oi, Lila - Ela fala se virando um pouco e encaixando nossos corpos - Eu tô com sono ainda, dorme mais um pouquinho.

- Você não me traiu, não é?

- Lila... eu passei a noite inteira abraçada com você - Minha esposa sela nossos lábios.

- É... você faz suco de graviola quando acordar?

- Faço, amor...

- Tá...

Abraço ela de volta e beijo a sua bocheca, dormindo com ela novamente.

///

- Toma, amor - Ela fala entregando o copo na minha mão - Você quer pão na chapa?

Nego com a cabeça e aponto para o seu prato, mostrando que eu quero uma tapioca igual a sua. Maraisa beija a minha cabeça e vai fazer outra tapioca, colocando na minha frente novamente.

- Você vai ir com a Maiara e a Amaya escolher o vestido - Ela fala me olhando - Eu vou com a Luísa.

- Não, Mara - Nego rapidamente - Eu amo a minha cunhada e a minha sobrinha, mas as duas juntas me deixam louca.

- Mas tínhamos combinado isso ontem a noite.

Ontem a noite eu estava enjoada, com dor, meus seios estavam duros e pesados, me trazendo desconforto e ouvir a minha mulher falando do casamento sem parar, me deixou irritada e eu só concordei para ela parar de falar.

- Tá... eu vou - Falo com a tapioca na boca.

Maraisa levanta da sua cadeira e se aproxima de mim, segurando meu rosto e ela deixa um selinho no canto da minha boca.

- Não queria ficar longe de você hoje - Falo colocando do o prato na mesa - Por que eu não posso ir com você?

- Porque da azar ver o vestido da noiva antes do casamento - Ela responde como se fosse óbvio - É tradição.

Concordo com a cabeça e saio da mesa para me trocar, mesmo com vontade nenhuma de sair. Coloco um vestido simples e arrumo meus cabelos. Saímos de casa juntas e fomos até a casa dos meus sogros, para cada uma ir para o seu destino, quando chegamos, Maiara já está me esperando na porta, animada.

- Oi, Mai... - Falo saindo do carro - Nós já vamos?

- Já, Amaya está animada - Ela fala sorridente - Já sabe como você vai querer o vestido?