Correntes e Cadeados (Malila)

34.

Pov Marília

- Não, tia Lila - Amaya reclama nós meus braços - Eu quero dormir.

- Mas e a nossa noite de filmes? - Pergunto rindo.

Amaya só abraça o meu pescoço e fecha os olhinhos, pelo visto nossa noite de filmes vai ficar para outro dia. Passamos o dia inteiro juntas e a minha pequena ainda vai dormir com a gente hoje, mas Maraisa não chegou até agora, me deixando preocupada. Eu gosto que ela passe tempo com Luísa porque as duas estão se tornando amigas, mas eu sinto um pouco insegura e queria seu tempo totalmente focado em mim, mas não posso impedir ela de sair com as pessoas que ela gosta.

Arrumo a minha cama e coloco a minha sobrinha ali, arrumando seu corpinho e cobrindo seu corpo, pegando a naninha da sua bolsa e colocando nós seus braços. Quando desço as escadas, vejo Maraisa abrindo a porta e eu rapidamente vou atrás dela. Minha noiva está com o rosto totalmente vermelho, ela estava chorando antes de entrar. Eu me aproximo dela e seguro seu rosto, beijando seu rosto úmido pelas lágrimas.

- O que aconteceu, amor? - Pergunto preocupada - Fala para mim, por favor.

- Vamos dormir, Lila.

- O que aconteceu?

Os olhos dela enchem de lágrimas e ela não consegue falar, por mais que seus olhos insistam e tentar me dizer, não deve ser uma coisa boa.

- Mara... o que aconteceu?

- A tia Mara chegou? - Amaya pergunta nas escadas.

Olho para trás e ela está só de fralda, o vestido deve ter incomodado ela, por isso está sem. Maraisa abaixa a cabeça e limpa as suas lágrimas, me deixando preocupada pelo seu silêncio. Nossa sobrinha desce as escadas devagar e vai até Maraisa, levantado os bracinhos para ir no seu colo.

- A tia Lila me deixou sozinha - Ela fala já no colo da minha noiva - Não dormiu comigo.

- Nós vamos dormir agora - Maraisa fala para a sua sobrinha e passa por mim e sobe para o quarto.

Eu fico parada, sem reação, ela está escondendo algo de mim, ou não quer mais nada comigo, mas não consigo pensar em nada de errado que eu tenha feito para receber o seu castigo do silêncio, não entendo porque ela está assim comigo, não sei o que eu fiz de errado.

Subo para o quarto e vejo que Amaya já está dormindo na cama novamente, eu procuro a minha esposa pelo quarto e só encontro ela no banheiro, tomando banho e eu tiro a minha roupa e entro junto. Eu beijo o seu pescoço e passo minhas mãos pela sua barriga, vendo ela fechar os olhos com isso e desligar o chuveiro.

- Eu não estou no clima, Lila...

- Você sempre está no clima - Falo beijando seu ombro.

Maraisa tira as minhas mãos da sua cintura e tenta sair do chuveiro, mas eu quero uma resposta, se eu errei, quero me desculpar, odeio esse clima.

- Você não quer mais nada comigo, não é? - Pergunto com a voz embargada e solto seu braço.

- Lila... não é isso.

- Por que você está assim? O que eu te fiz? Me fala por favor. Se eu errei me desculpa - Limpo as minhas lágrimas - Mas não me trata assim, não fica fria comigo.

- Aconteceu algo muito ruim, Lila.

- O que acontec-

Quando Maraisa vai falar, alguém toca a campainha e eu saio do chuveiro, vestindo o primeiro moletom que eu vejo. Para alguém vir esse horário deve ser importante.

- Oi, Lila... - Murilo fala com uma caixa em mãos - Isso... é as coisas que a sua mãe deixou.

- Como você conseguiu? - Pergunto pegando a caixa das suas mãos.