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Pov Marília

- Vamos abrir outra empresa - Aviso para os meus funcionários - Essa vai ser a sede, mas se quisermos crescer, vamos precisar ampliar.

Meus funcionários concordam com a cabeça e anotam tudo que eu falo, alguns dão ideias, outros só concordam, mas a reunião está fluindo bem. Tento não voltar a minha atenção somente para Maraisa, já que mesmo que somos praticamente casadas, não posso dar preferência para nenhum funcionário. Mas meus olhos me traem e eu dou umas olhadas na morena.

- Mas como vãos lidar com os prejuízos da outra empresa? - Larissa pergunta me olhando - Já que os lucros dessas não estão tão altos.

- Nós vamos conseguir lucrar mais com a segunda empresa - Falo como se fosse óbvio.

- Ou podemos conseguir novos investidores - Maraisa fala me olhando.

- Não precisamos novos investidores.

- Iria diminuir os prejuízos - Ela me responde no mesmo tom - E aumentar os lucros.

- Sim, am- Maraisa - Me corrigo rapidamente - Mas novos investidores, são novos problemas, eu já disse que não precisamos de novos investidores.

- Tudo bem, senhora Mendonça.

Ela abaixa a cabeça e anota algumas coisas no seu tablet, enquanto eu continuo a reunião. Quando acaba, todos voltam para o escritório e eu vou para a minha sala, terminar o que eu tenho que fazer. Por incrível que pareça, depois que eu conversei com a minha avó, eu me sinto mais leve, mesmo sentindo as suas palavras ainda pesando na minha cabeça, eu estou bem.

- Marília, podemos conversar? - Murilo fala entrando na minha sala.

- Não.

- É sobre a sua avó, Marília.

Levanto meu olhar para o homem e cruzo meus braços na cadeira, esperando que ele fale logo.

- O que você quer?

- Eu tentei impedir - Ele fala devagar - Mas a sua avó retirou a sua parte da herança.

- Eu não me importo com dinheiro.

- Ela tirou tudo Marília, até... as coisas pessoais que a sua mãe tinha deixado para você.

- Ela tinha... tinha deixado coisas para mim?

- Eu não sei o que é... mas sim - Ele se aproxima de mim - Não conta que fui eu que contei, mas... ela barrou essas coisas a mais de dez anos.

Saber que a minha mãe deixou coisas para mim, mas a minha querida avó, me impediu de ter contato me irrita, principalmente porque ela sabe como isso iria se tornar as maiores relíquias da minha vida. Mas isso não vai ficar assim, não mesmo. Começo a colocar as minhas coisas na minha bolsa, eu vou até ela, nem que seja para pegar as minhas coisas a força. As lágrimas descem pelos meus olhos e eu sinto meu corpo entrando em ansiedade, é sempre assim.

- Marília, se acalma - Murilo fala segurando as minhas mãos - Se acalma, não sabemos se... essas coisas ainda existem.

- Por que ela jogaria as coisas da própria filha fora? - Pergunto nervosa - Ela não iria jogar fora.

- Eu não sei...

Começo a chorar e Murilo me abraça, passando as mãos nas minhas costas. Sei que não estou sendo a melhor neta do mundo, mas me privar de ver as coisas que a minha mãe deixou é desumano, eu nunca faria isso com ninguém.

- Eu vou descobrir para você, tá bom? - Ele fala segurando meu rosto - Eu não sei o que é, mas eu vou tentar descobrir.

- Tudo bem...

Correntes e Cadeados (Malila) Onde histórias criam vida. Descubra agora