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Pov Marília

- Ainda precisamos do vídeo dela confessando - Murilo fala me olhando - Não temos ainda, o evento é semana que vem.

- Eu já... eu consegui a gravação do acidente daquele dia, consegui o relatório médico do motorista, mostrando que ele não estava bêbado - Falo devagar - Eu consegui tudo, mas não faço ideia de como eu vou fazer ela confessar.

Murilo está me ajudando não é atoa, temos um combinado, assim que tudo acontecer, a segunda sede da empresa vai para ele, assim ninguém sai de mãos vazias.

- Ela confessou para a Maraisa.

- Não quero envolver ela nisso - Nego rapidamente - Não é para meter ela nisso.

- É importante...

- Mais importante do que me vingar daquela mulher, é deixar a Maraisa bem, não vamos colocar ela nessa história.

- Você ainda vai embora quando tudo isso acabar?

- É o melhor...

Temos uma festa de abertura da nova empresa, já temos provas o suficiente para incriminar a mulher, que sequer posso chamar de avó. Além de querer que ela seja presa, eu quero que ela seja humilhada, eu quero que todos vejam o que ela fez, o real ser humano que ela é e quando acabar... eu não quero continuar na mesma cidade que tudo aconteceu, nada mais me prende aqui, só coisas que me machucaram e continuam me machucando. A única pessoa que eu ainda sinto amor é a Maraisa, mas eu já prejudiquei demais a sua vida, quero que ela siga em frente, vou deixar todos os meus imóveis no seu nome e sumir do mapa, para não machucar mais ainda as pessoas ao meu redor.

- Ela merece seguir em frente - Falo para o Murilo - Ela... ela é uma pessoa boa de mais para se envolver na podridão que se tornou a minha família.

- O que a sua vó fez não te define, Marília.

- Eu sei... mas... ela é a melhor pessoa do mundo - Dou de ombros - Merece alguém a sua altura, não eu.

- Você definitivamente não se vê como você é.

Reviro meus olhos e empurro ele para longe, ignorando seu jeito. Quando estamos conversando, minha avó aparece e sorri ao ver nos dois juntos.

- Meus pombinhos - Ela fala se aproximando - Parecem felizes.

- Estamos animados com a inauguração da nova empresa - Murilo fala passando a mão na minha cintura - Vai ser a maior inauguração que já teve.

- Eu vou fazer questão de ser a maior - Falo olhando para o Murilo - Vai ser inesquecível.

Minha avó se aproxima e beija a minha bocheca, que eu me seguro para não afastar. Quando ela saí, Murilo parece pensativo e eu olho para ele, sem entender.

- O que foi?

- Sua casa tem câmeras - Ele liga os pontos - Poderíamos...

- Pegar as filmagens - Falo como se fosse óbvio - Você não é tão burro igual eu imaginava.

Ele me olha bravo e eu tento pedir desculpas, mas eu não sou tão boa nisso.

- Você não é tão burro - Tento me corrigir - Quer dizer, você não é burro e-

- Vamos logo tentar pegar as filmagens.

- Vamos...

Saímos e pegamos o carro dele, vejo várias chamadas perdidas de Luísa e ignoro, não quero falar com ela agora. Quando chegamos na minha casa, minha irmã está me esperando na frente, tocando a campainha sem parar.

Correntes e Cadeados (Malila) Onde histórias criam vida. Descubra agora