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Autora: Leiam esse capítulo ouvindo a música A Thousand Years.

BELLA

Assim que a porta se abriu e Dylan apareceu, eu não pensei duas vezes antes de me jogar em seus braços. Pela primeira vez eu senti ele me apertar contra seu corpo quando seus braços me envolveram, pela primeira vez ele estava retribuindo o meu abraço e foi quando eu chorei mais ainda. Chorei por finalmente me sentir protegida, porque eu não faço ideia do que esse homem tem mas ele me traz sensação de casa, calma, paz e ele consegue fazer com que eu não sinta medo de nada. Ele me faz pensar que seria capaz de me proteger de qualquer coisa.

Dylan encostou de leve no meu queixo e levantou um pouco meu rosto para que eu olhasse para ele, uma mão nas minhas costas enquanto o polegar passava pela minha bochecha. Podia sentir que ele estava odiando me ver chorar, mas eu não conseguia controlar, chorava tanto que comecei a soluçar.

Uma mão de Dylan pousou na minha bochecha esquerda e a outra foi para a direita. Meu rosto entre as suas mãos enquanto ele se aproximava, ele encostou nossas testas e fechou os olhos. Fiz o mesmo, olhos fechados e aos poucos minha respiração foi se estabelizando.

Eu não conseguia entender como ele era capaz de me confortar apenas com seus toques, ele não precisava dizer nada. Apenas a sua presença tinha o poder de me acalmar e eu não conseguia entender como meu corpo chamava desesperadamente por alguém que eu conheço tão pouco.

Mas essa é a verdade, desde que coloquei meus olhos nele pela primeira vez que eu tenho a sensação de que meu corpo necessita da presença dele. Nunca senti isso com mais ninguém e tenho medo do que possa ser, tenho medo do que eu possa sentir mas nesse momento eu não me importo com mais nada que não seja ele e os nossos rostos próximos.

Suas mãos me afastaram um pouco e quando nossos olhos se encontram senti um frio na barriga ao perceber que tinham se enchido com algumas lagrimas, ele olhou para o lado respirando fundo e voltou a me olhar. Nenhuma lágrima foi derramada, mas elas estavam ali.

—Quem te machucou?

—Fisicamente? Ninguém.

Com a mão na minha cintura ele me puxou para dentro e fechou a porta. Sua mão tocou a minha de leve e sem dizer uma palavra sequer, ele caminhou comigo pela casa e quando achei que íamos para o quarto que dormi quando estive aqui, ele abriu a porta do seu. E eu entrei e me sentei na sua cama enquanto observava ele trancar a porta e apagar a luz.

Dylan se deitou na cama e me puxou para deitar junto a ele. Estávamos de frente um para o outro, a luz da rua que entrava pela janela iluminava nossos rostos e eu não conseguia deixar de olhar para os seus olhos porque nesse momento eles eram a coisa mais bonita que eu já vi em toda a minha vida.

—O que aconteceu? — senti sua mão no meu rosto limpando as lágrimas que ainda desciam — fala para mim o que fizeram com você.

Sorri para ele, coloquei a minha mão na sua bochecha acariciando igual ele estava fazendo comigo. Seus olhos se fecharam com o meu toque, mas não afastei a mão.

—Acho que perdi a minha mãe.

Ele abriu os olhos e franziu as sombrancelhas. Os dedos desceram pela minha bochecha e encontraram uma pintinha próxima a minha boca onde ele fez um pegueno carinho.

—Por que acha isso? Charlie fez alguma coisa?

—Ele sempre fez não é mesmo? — só eu quem não tinha percebido ainda — mas dessa vez eu quem fui colocada como errada.

—Bella, não tem como você ser a errada.

—Para eles sim. Comecei a ser no momento em que fiz uma denuncia na delegacia da mulher, fiz no meu momento de desespero. Eu já não sabia mais o que fazer e não tinha o que fazer, então eu achei que a melhor decisão era colocar na mão de quem já tinha lidado com esses casos antes.

Até o fim Onde histórias criam vida. Descubra agora