08

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BELLA

Desliguei a televisão assim que o filme terminou. Me deitei no sofá e fechei os olhos, esse é com certeza um daqueles filmes que você chora olhando para o teto, e é exatamente isso o que eu estou fazendo nesse exato momento. Passei a mão no rosto limpando as lágrimas que desciam sem parar, eu estava destruida emocionalmente ao terminar esse romance e pensando em cada cena que assisti eu tenho a conclusão de que não vou superar tão cedo.

Filmes de romance são sem dúvidas os meus preferidos, gosto da sensação que me traz, um conforto e desejo de amar queimando no peito. Minhas expectativas no amor são tão altas por causa de tudo que já assisti, mesmo sendo ficção eu acredito que possa ser real. E é.

São incontáveis as histórias de amor verdadeiro que eu já vi, e realmente me dão esperanças. Não que o amor seja a única coisa que busco na vida, mas é a única que eu não quero deixar de viver.

O filme que eu acabei de assistir se chama "Para sempre" o amor de Paige e Leo é a coisa mais linda, a gente sente a química e é como se eu conseguisse sentir a minha pele queimando quando eles se tocam. A forma como ambos se tratam e a maneira intensa como se amam. Mesmo ela sofrendo um acidente e perdendo a memória, Leo se esforçou para fazer com que ela se apaixonasse por ele de volta, ele a conquistou todos os dias.

Ah, eu amo o amor.

Me levantei do sofá e fui para o meu quarto, tranquei a porta e liguei o computador colocando uma musica bem alta, não queria ser incomodada hoje. Na verdade, a dias eu quero ficar sozinha sem ter que lidar com pessoas, eu já sou difícil demais de lidar, já tenho que me aguentar.

Abri a janela sentindo o vento frio batendo na minha pele, a época mais fria do ano tinha chegado e eu estava feliz com isso, é sem dúvidas a minha estação preferida. Cobertores, roupas quentinhas, chocolate quente e um bom filme. Uma chuvinha agradável para maratonar crepúsculo e repetir todas as falas que decorei de tanto que vi e revi toda a saga.

Me sentei de frente para a janela com um caderninho na mão, eu costumava escrever peguenos textos nele. Coisas realmente muito peguenas, não passava de quinze linhas. Era só a minha melhor maneira de desabafar as vezes, colocar um pouco do sentimento para fora. Fazia com que eu me sentisse mais leve.

Destaquei uma folha e comecei a escrever...

"Sábado,26 de novembro

Tem sido um pouco estranho desde que ele chegou, absolutamente tudo mudou e não sei como lidar com isso. As brigas constantes da minha mãe com Charlie tem me afetado bastante, tenho medo do rumo que tudo isso pode tomar já que o passado dele é horrível. E sobre o seu passado, desde que eu soube o pouco da verdade sobre ele, já não consigo mais o ver com os mesmo olhos, não sinto mais vontade de estar ao seu lado e conversar por horas, ou chamar para assistir algum filme comigo, eu só queria saber se a minha mãe também sabe a verdade e se escondeu de mim durante todo esse tempo.
Hoje faz uma semana que Dylan foi embora e tem sido estranho sem ele, o tempo que o loiro mistérioso passou aqui parece mais longo do que realmente foi. E só agora eu percebi o quão tediosa a minha vida é. Eu só queria ter o poder de fazer com que tudo desse certo".

Joguei o caderno na minha cama e me deitei no chão respirando fundo, me sentindo mais leve e com a sensação de ter desabafado horrores com alguém. Eu gosto dessa sensação, por isso meu caderno e cheio desses peguenos textos e meu maior medo é que alguém um dia Leia, ler isso é desvendar todos os meus segredos e saber me ler em qualquer situação, como se eu fosse uma caixinha de segredos aberta e todos já sabem o que tem e está por vir.

Peguei meu celular e procurei por Dylan na expectativa de que ele tivesse comprado um celular e feito ao menos uma conta no Instagram, mas não tinha nada. O único eletrônico que ele tem é um MP3 daqueles bem antigos. Julgo ser da fase da sua adolescência.

Até o fim Onde histórias criam vida. Descubra agora