Até o fim

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BELLA

A noite ainda não tinha acabado, somente meus padrinhos haviam ido embora. E eu estava louca para isso acabar logo, ir para o meu quarto e me trancar até amanhã a noite. Queria correr para bem longe. Essa noite está sendo tão longa. Tive sensações horríveis, me senti encurralada, nervosa, ansiosa, senti medo. Como se a minha casa estivesse com bombas prestes a explodir a qualquer momento. Charlie, Dylan e noah no mesmo lugar me deu a certeza de que isso não pode voltar a acontecer.

Mesmo diante das provocações de Charlie e das implicâncias de Noah, por incrível que pareça Dylan manteve o controle e isso me deixa orgulhosa. Por mais que eu via o quanto ele estava nervoso e prestes a explodir, mas ele me fez uma promessa e cumpriu a mesma.

A cada momento que o olhar de Charlie parava em Dylan, eu conseguia ver a raiva e a repulsa estampada no seu rosto. Passei um bom tempo me questionando, como é possível um pai odiar um filho? Eles não deveriam ser a base do amor incondicional? Pelo jeito, ele não sabe ser pai.

Tirando esse fato, até que não foi algo ruim. Tivemos boas conversas, até dylan conversou um pouco. Comigo e com a minha mãe, obviamente, e até mesmo com meus padrinhos, pude notar que gostaram dele.

Mas com noah ele não interagiu, não adianta, ambos não se gostaram desde o primeiro momento e não tem o que eu possa fazer. E na verdade isso não me importa, não acredito que eles vão ficar juntos no mesmo lugar outra vez.

—Está pensando em que filha?

—Que acabei de fazer dezessete anos, e que estou mais perto dos dezoito do que dos quinze anos — me virei para minha mãe, ela estava colocando a louça na pia e noah tinha ido para sala — E pensando também em Dylan.

O sorriso da minha mãe era inexplicável, ela gostava da ideia de mim e Dylan, gostava tanto que me assustava, ela não pensa nas consequências.

—Bom, você está a um passo da vida adulta e de muitas responsabilidades e seria interessante acrescentar um namorado para que o fardo da vida seja carregado com mais leveza.

Abaixei a cabeça, absorvendo o que ela acabou de me dizer mas sendo incapaz de levar para o lado positivo. Minha mente me mandou para um lugar ruim, e eu estava tendo pensamentos ruins.

Pensei nos relacionamentos da minha mãe, nenhum deles foi bom, a não ser com meu pai mas que acabou de forma trágica. E se eu tiver a mesma tendência que ela em questão de relacionamentos? Acabar de uma forma trágica.

Dylan tem um passado e uma vida conturbados e além disso, ele não me vê com os mesmos olhos que eu o vejo.

Oh Droga, droga! Nunca vou entender como pude me apaixonar tão rápido por alguém e por alguém que jamais sentiria o mesmo por mim.

As vezes acho que esqueço que a minha vida não é uma história romântica de filmes e livros. As coisas não vão acontecer de forma leve e incrível.

—Sabe mãe, eu preciso de uma boa xícara de chocolate quente e um livro, é disso que eu preciso.

—Se você está dizendo, quem sou eu para discordar.

Olhei para os lados, analisando a bagunça que eu e minha mãe teríamos que arrumar. E percebi algo estranho, o completo silêncio.

Quando me dei conta da ausência demorada de Dylan, sai da cozinha no mesmo instante procurando por ele. Senti o nervosismo percorrendo meu corpo quando me dei conta de que Charlie também havia sumido.

Isso não é bom sinal.

Não tem muitos lugares na casa onde eles possam estar, não acredito que tenham saído.