Até o fim

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BELLA

Uma das coisas que mais admiro em alguém, é a sua forma de tratar outra pessoa. A gentileza e a educação me ganham com uma facilidade absurda. Essas coisas não exigem muito de nós, basta sermos com o outro como gostariamos que fossem conosco, é algo tão simples. Não precisa ser necessariamente um poço de gentileza, mas a educação e o respeito com o outro é o mínimo.

Ver o Dylan tratando o noah daquela forma me deixou aborrecida, totalmente indgnada com a forma que agiu e desapontada por ver esse lado dele. Um grosseirão que acha que está certo agindo dessa forma com alguém que não fez absolutamente nada de ruim a ele, que não fez literalmente nada.

Sei da história de vida dele, a forma como foi criado e onde passou boa parte de sua vida, mas isso não pode ser sempre uma justificativa para o seu comportamento. As pessoas mudam, elas evoluem e ele é inteligente o suficiente para ser alguém diferente do que lhe foi ensinado.

Ele passou por mim saindo do quarto, como uma muralha. Senti algo dentro de mim se machucando. Eu não deveria ter falado daquela forma, mas ele conseguiu me tirar do sério, testar meu limite e isso me levou a um lugar que eu não queria. Não queria ter dito o que disse.

—Dylan espere — assim que cheguei até ele, segurei seu braço o tentando fazer parar mas ele continuava andando sem se importar comigo ali — Pare de andar, eu preciso conversar com você. Pare com isso.

—Tenho que ir.

—Não, você não tem — parei na sua frente, e ele parou por um instante. Colocou as mãos nos bolsos da calça e ficou parado, olhando para tudo menos para mim — Me desculpe, eu não deveria ter falado daquela forma. Acontece que você me tirou do sério e eu acabei falando sem pensar. O que importa é que eu não queria ter dito e estou pedindo desculpas por isso. Por favor Dylan.

Ele me olhou, serio. Eu senti o peso do que disse assim que fechei a boca. Sei que ele é durão, mas sei também que isso impactou ele de alguma forma. Eu passei de todos os limites e estou tão envergonhada por isso.

O silêncio dele era pior que qualquer coisa, eu queria que ele dissesse alguma coisa mas nada saia da sua boca. Ele apenas inclinou a cabeça, olhando para frente por cima de mim, como se eu fosse totalmente insignificante a sua presença.

—Dylan por favor — murmurei, praticamente implorando para que ele dissesse alguma coisa — Brigue comigo, grite, diga o quanto sou uma idiota mas por favor, fale alguma coisa.

—Você não disse aquilo sem pensar ou porque estava com raiva. Na hora da emoção as pessoas colocam pra fora o que está preso, e você só disse o que já pensava a muito tempo.

—Não é assim!

—Sabe que é.

—Você não tem o direito de colocar palavras na minha boca — apontei.

—Vou embora, é melhor.

—Não — coloquei as mãos no seu peito, o impedindo de andar — Por favor não vá. Eu quero que você fique, quero que fique aqui.

Ele baixou a cabeça e finalmente me olhou, seus olhos presos nos meus, me analisando com tanta calma e cuidado. Nesse momento, nada era capaz de me tirar do transe, a não ser que ele tirasse os olhos dos meus.

Desci minhas mãos pelo seu peito, o tocando e acariciando, sentindo sua respiração acelar bem na palma da minha mão. Eu podia sentir seu corpo vibrar, ele estava como eu, ansiando em desejo.

Subi minha mão para o seu rosto e acariciei a pele, um carinho e um gesto sincero e delicado camuflado em um pedido de desculpas.

—Bella, não faz assim...