Epílogo
Charlie
Eu deveria saber que Augusto ia dar um jeito de me prender nesse lugar sem ter qualquer contato com a civilização.
Pensei que depois de me casar com o idiota e de estar grávida do seu bebê, ele deixaria de lado sua natureza mandona e controladora, e mudaria de ideia sobre esconder as chaves do carro onde eu não posso encontrar e ir até a cidade.
Os planos que criei para a cidade e as vitimas salvas, deram certo em todos os lugares onde estabelecemos as vítimas, e quando digo que deram certo, me refiro ao fato de elas terem virado pontos turísticos famosos entre aqueles que querem fugir da correria da vida na cidade.
Caminho até a porta dos fundos da cabana, obriguei Augusto a remodelar um pouco o lugar, e todo o trabalho valeu a pena quando tenho a vista da floresta, e melhor ainda, a visão do meu homem cortando lenha sem camisa e todo suado.
Abro a porta e saio, estremecendo quando o vento gelado me atinge.
— Por que está sem camisa nesse frio? Ainda vai ficar doente.
— Tenho resistência ao frio. — Limpa o suor na camisa presa em seu cinto.
— Se ficar doente vai dormir no chão.
Ele ri.
— Disse isso a noite passada e foi você que me procurou horas depois.
Bufo, cruzando os braços.
— Não fui procurar por você e sim pelo seu pau, ele não tem culpa de estar preso a um idiota como você.
Rindo ele sobe na varanda.
— Não deveria falar assim do seu marido.
Quando Augusto tenta me abraçar, me afasto dele, isso faz sua atenção se voltar para as minhas roupas e me encolho quando seus olhos se estreitam.
— Por que está vestida assim?
Reviro os olhos.
— Longa história, mas começa e termina comigo estando entediada e querendo visitar a cidade.
— Visitar a cidade? Você discutiu com o homem das entregas e jurou que nunca mais pisaria lá.
— Ele é um incompetente! Todos lá me apoiaram.
— Sim, porque eles estão interessados no show que você tem proporcionado a eles.
— A vida aqui precisa de agitação de vez em quando.
— Não tenho certeza se essa pequena cidade está preparada para o que uma Petrov é capaz.
Dou risada e sinto outra contração.
Augusto está tão focado em apontar todas as coisas que fiz na cidade nos últimos meses, coisas essas que muitos moradores apoiam porque não querem discutir com uma mulher grávida e hormonal. E secretamente, eles me amam, e não suportam me ver chorando, assim como eu aprendi a gostar deles.
— Em breve dois Petrov.
— Ainda tem um tempo para eles se prepararem.
Outra onda de dor percorre o meu corpo, me fazendo curvar.
— Não tem não, nosso bebê vai nascer e preciso estar no hospital, não vou ter um bebê no carro, muito menos com você encarando minha vagina!
— Vagina? Não foi assim que chamou ontem a noite.
— Pare de ser um pervertido e me leve para o hospital agora, ou vou te matar.
Mal termino meu discurso e sou levantada no colo dele, em questão de minutos estamos a caminho da cidade, em alta velocidade, pouco tempo depois de dar entrada no hospital, nosso filho vem ao mundo gritando a plenos pulmões.
— Ele é lindo. — Augusto não consegue tirar os olhos do nosso bebê.
— Puxou a mãe. — Digo convencida.
É uma mentira óbvia, Rocco é a cara do Augusto, parece até que o menino é só dele.
— Vou ligar para os seus pais, eles precisam saber que o bebê nasceu.
— Aproveite e diga ao meu pai que o sonho de ter um bebê com seu nome foi pelo ralo.
— Ele vai me matar.
— Não mandei prometer coisas a ele quando está bêbado.
Quando augusto volta, Rocco já mamou e está dormindo como o anjo esfomeado que ele é. Cansada, deixo que o pai o segure e nine em seus braço, fecho os olhos e durmo, acordando duas horas depois com meu filho sendo disputado entre Augusto e meu pai.
Ainda com sono, sorrio e fecho os olhos, sabendo que por mais maluca que minha família seja, tudo está na mais perfeita ordem.
Amores espero que tenham gostado, a história da Charlie está oficialmente encerrada por aqui.
Beijos
Leiam o livro do Raphael e também minha nova série Obstinados, a história da Anuvia é a primeira e o nome é Vilão Irresistível.
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Be Messed - Herdeiros do Crime 5
RomanceHerdeiros do Crime - Livro 5 O que os olhos não veem o coração não sente. Esse é o meu ditado favorito, e não se refere a traição e sim ao fato de que as pessoas sempre esperam o pior dos homens da minha família, os temem e respeitam pelo simples fa...