Capítulo 30

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Capítulo 30

Charlie

Subo para o quarto de Tatiana, ainda me choca o mal gosto desta mulher, em cada canto da casa tem lustres enormes e muito dourado, é como se um antiquário tivesse cuspido nessa casa, sem contar o papel de parede vermelho escuro com flores enormes em roxo. Espero que o próximo dono tenha um bom gosto melhor e faça uma bela reforma.

Enquanto caminho até seu quarto não posso deixar de sorrir, com o quão rápido as coisas mudam, quando cheguei aqui mais cedo, pensei que esse teatro duraria mais tempo, que chegaria ao fim de toda essa merda e os destruiria de dentro para fora. Mas com o pouco que vi, é fácil perceber que essa merda sempre vai existir e me recuso a deixar de lado minha vida por algo que está além do meu alcance e de todos os que virão depois de mim.

O melhor que posso fazer é usar os velhos métodos, sem brincadeira, sem jogos, sem recados e meias verdades. Todos sabem que nesse mundo é uma questão de poder, quanto mais poder e menos escrúpulos se tem, mais longe se vai.

Quando Tatiana decidiu se meter com a minha família, criar um jogo ridículo e fazer meus tios, pai e primos de palhaço, ela assinou sua sentença de morte. Mais isso vai muito além deles, no momento que se meteu com Augusto, que se divertiu com sua dor, ela ganhou uma retaliação imediata.

Ao contrário dos meus primos, não sou uma fã de jogos e enrolação.

Abro a porta do quarto, uma luz fraca ilumina o quarto, a cama onde Tatiana está dormindo é grande e escura, com uma colcha tão cafona quanto o resto. Caminho até seu marido, ele é o meu primeiro alvo, o homem é grande e corpulento, em uma luta seria mais difícil vencê-lo do que a mulher má ao seu lado.

Em meu caminho pego o travesseiro que foi dispensado em cima da poltrona que fica ao seu lado da cama. Coloco o travesseiro em seu rosto e aperto com força, subindo em cima dele prendendo seus braços com as minhas pernas. Quando ele acorda, tenta lutar, debatendo suas pernas e lutando para libertar suas mãos.

Sinto aos poucos sua resistência indo embora, seu corpo vai ficando mais fraco em baixo de mim, e aos poucos sua respiração se torna mais e mais lenta, até que ele está morto. É uma sensação satisfatória quando confirmo que o homem está morto, menos um inimigo para me preocupar.

Saio de cima dele, pego a arma de Kai com silenciador e caminho pelo quarto de Tatiana, o primeiro lugar que vou é o banheiro, é cafona e cheio de produtos de beleza que uma senhora de noventa anos usaria, é um cheiro de vó, ou que acredito ser de uma avó, os meus avós não são um bom parâmetro.

O próximo lugar é o closet, a maior parte de suas roupas são normais, isso é uma surpresa vindo de toda a decoração da casa. Talvez ela não queira que o mundo reconheça seu mal gosto o limitando a casa.

Vejo seus sapatos e encontro um com um salto muito fino, é delicado e parece com uma agulha, algo que perfuraria se ela decidisse pisar em alguém. Pego os sapatos e coloco ao lado da poltrona, em seguida volto minha atenção para os seus vestidos e encontro um que gosto, é branco com uma fenda na perna, o separo e coloco na poltrona, perto dos sapatos.

— O que está fazendo no meu quarto? — Tatiana se senta na cama, olhando em volta e não percebendo que seu marido não faz mais parte deste mundo.

— Estava curiosa com as suas roupas. — Explico, caminhando até seu lado da cama.

— Quem te deu o direito de fazer isso? — Faz uma careta irritada.

Dou risada.

— Nunca precisei pedir permissão para ninguém, querida, não vai ser hoje que vou começar.

Be Messed - Herdeiros do Crime 5Onde histórias criam vida. Descubra agora