Capítulo 1

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Férias de verão. O que todo aluno quer e que já está acabando. Para os professores que amam a profissão, é uma ansiedade de rever e conhecer alunos. Para os alunos que amam os estudos a mesma coisa. Para os alunos como Astrid, Cabeça quente e Cabeça dura o término das férias de verão significa que diminuir seus dias de farra e bebedeira. Todo fim de semana durante essas férias, esse trio aproveitaram muito, bebendo ou até usando drogas. A confiança que esses pais têm nos filhos é um tanto questionável.

— Último dia de férias — Cabeça quente diz entregando um latão de cerveja à amiga.

— Será que alguém vai dar uma festa e nos chamar? — Cabeça dura pergunta pegando a cerveja da mão da Astrid antes que ela bebesse.

— Temos a Astrid então está garantido que seremos convidados.

— Acha que sou a única garantia de uma boa festa? 

Astrid diz pegando um chiclete do bolso olhando para o amigo com dreads. Cabeça dura é o cara que consegue as ervas, pó e bebida para a galera. Ele ri entornando a cerveja, a bebida que tinha na lata desceu pela garganta de uma vez. Astrid ri, ainda quer aprender esse truque. O celular da Cabeça quente vibra e ela pega sorrindo e mostrando para Astrid que sorri vitoriosa. Entrada liberada para menores em uma boate da cidade. O trio ainda tem dezessete anos, mas as classificações de idade nunca foram um impedimento para eles.

Chegando na casa do primo, Soluço colocou as malas no quarto que ele vai ficar enquanto não arruma um apartamento.

— Mi casa, su casa — Melequento entrega a última bolsa do primo para ele.

— Prometo não ficar muito tempo.

— Relaxa, Soluço, pode ficar o tempo que quiser. Não me importo, acho até bom. Ficar sozinho nessa casa é um horror. Vou arrumar um gato — ele desce as escadas acompanhado do primo até a cozinha e pegou a jarra de suco — Assim se acontecer algum barulho já sei que é o animal.

— Já resolvemos toda a papelada sobre a escola? — pegou um copo do suco também.

— Amanhã você é o novo professor de matemática na High School de Berk. Que tal sairmos para comemorar?

— Aonde?

— Tem uma boate aí na cidade — disse com voz sugestiva sobre beberem até amanhecer.

— Qual é, Melequento? Eu tenho vinte e três anos, não sou adolescente.

— Lá você vai conhecer a galera da escola — deu um soco no ombro do primo — O Perna, a Heather... Quem sabe consegue um beijo na boca ou...

— Ou o quê? — perguntou inocente e entendeu o que ele quis dizer ao ver o sorriso malicioso dele — Para com isso, tá?

Melequento conseguiu convencer Soluço a ir na boate conhecer os outros professores. Ficaram quase duas horas revirando as malas de roupas do moreno procurando algo descontraído para ele usar. No final o Jorgenson emprestou uma calça à ele já que a blusa social preta foi a única coisa descontraída para uma festa. Soluço abotoou a camisa até o último botão. Melequento chegou perto dele no espelho e desabotoou até ter uma parte do peito dele à mostra. O Soluço tem um belo corpo mas é bem tímido.
Soluço ficou bem sem jeito com o primo dirigindo em alta velocidade pelas ruas que estavam um pouco movimentadas. Será que são alunos andando e bebendo no parquinho na praça? Ele se perguntou. Seus olhos voltaram para frente quando o carro parou no estacionamento. Olhou as horas: nove e quarenta. Até que horas essa festa vai? Soluço quer estar bem disposto para dar aulas. 
Melequento o pegou pelo braço e entrou na boate passando pelo segurança que o conhece bem. Foram direto para o bar e o Jorgenson pediu duas doses de tequila. Ele virou e bateu o copo na mesa sorrindo e incentivou com um aperto no ombro para o primo beber também. Com receio, virou a tequila e fez uma careta.

O Professor de Matemática - HiccstridOnde histórias criam vida. Descubra agora