Capítulo 7

212 16 0
                                    

Dirigiu com calma até Alfheim. Entrou na cidade e foi direto para a praça onde Astrid disse que está. Entrou nas ruas com calma olhando tudo em volta. Já faz algumas semanas que está morando em Berk com Melequento e desde isso não conversou com seus pais. Estacionou do lado do carro amassado no poste e saiu do carro. Viu a aluna sentada no teto do carro com as pernas no ar. 

— Um esquilo passou na sua frente?

— Bem... — pensou alguns segundos e não deu resposta.

— Quer ir para casa agora ou vai esperar o guincho 24 horas?

— Não quero ir para casa... Não sabendo que meus pais vão estar me esperando e vão começar a discutir de novo — cruzou as pernas — Nunca vi um casal divorciado ir na casa um do outro para discutir.

— As melhores famílias são assim.

Deu a volta no carro e se encostou no capô cruzando os braços e olhando para a loira.

— Sua família tem cara de ser muito paciente. Melequento é o diretor e lida com uma escola inteira de adolescentes e você é professor de matemática. Amado pelos nerds e odiados pelo resto.

— E se você perceber — colocou as mãos no bolso — Eu não moro com meus pais. Tem um motivo grande para isso.

— Independência financeira? Meu sonho é ter isso

— Na verdade briguei feio com eles...

— Sério? Conte-me mais.

— Você não é minha terapeuta.

— Você faz terapia? — Astrid descruzou as pernas surpresa.

— Não mas acho que você devia fazer já que ainda tem dezoito anos e fuma e bebe e transa com caras mais velhos desconhecidos.

— Isso é bizarro — foi irônica — Você conta para seu terapeuta que dormiu com alunos?

— Não e não dormi com alunos — deu ênfase no plural da palavra — Você foi a única que fiz essa merda. Talvez tenha sido pior que beijar uma mulher que acha que gravidez vem do nada.

Colocou o pé no pneu e deu impulso para se sentar no teto do seu carro ficando de frente para Astrid.

— Parece melhor que seus pais discutirem sobre a relação estando divorciados...

— Por isso bateu o carro? Estava pensando na discussão dos seus pais?

Astrid ficou em silêncio. Não sabia se seria uma boa ideia desabafar com Soluço. O ruivo percebeu isso e resolveu contar um pouco da sua vida para ganhar confiança da jovem e irem embora dali logo.

— Eu nasci em Berk mas vim para Alfheim muito novo já que a família próxima da minha mãe é daqui. Cresci, fiz quase nenhum amigo, fiz faculdade de matemática aqui e comecei a pegar algumas aulas particulares, uma ou outra substituição de um mês e pouco. Melequento cursou faculdade também e se mudou para Berk e depois se tornou diretor da High School.

— Ele era um ótimo professor de história — Astrid sorriu se lembrando de como as aulas do Jorgenson eram divertidas — E você aproveitou que ele era o diretor e conseguiu um emprego em Berk. Sentia falta de Berk?

— Na verdade fugi dos meus pais.

Astrid estava com a cabeça tombada e se endireitou ao ouvi-lo falar com tanta confiança.

— Eu me achava imatura por já ter dezoito anos e querer fugir dos meus pais mas você tem vinte e três... — Soluço estreitou os olhos olhando para ela tentando entender como ela sabe sua idade — Do que fugiu?

O Professor de Matemática - HiccstridOnde histórias criam vida. Descubra agora