Capítulo 11

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É a sexta que antecede o sábado que o projeto de extensão vai ser exposto na universidade de Berk e como Soluço teve apenas dois horários a tarde lá, já está em casa exausto porque passou os horários vagos ajudando os alunos com os projetos e consequentemente mal teve contato com Astrid e ainda não conseguiu devolver o pote dela. 
Soluço está escarrapachado no sofá com um livro aberto no peito e a cabeça tombada para o lado afundando entre o sofá e a almofada.

— Soluço!

— Quem? Oi? Quê? Que que foi?

Soluço levantou rápido do sofá por conta do susto causado pelo grito e a porta bater com força na parede. Ele encarou o primo que mantinha um sorriso sapeca e mãos na cintura.

— Como você entrou aqui?

— Eu tenho a chave reserva — Melequento jogou ela de uma mão para a outra.

— Me dá ela e vai embora. Estou cansado e precisando dormir — se sentou e pegou o livro no chão.

— Tia Valka pediu para eu te tirar de casa e vou fazer isso para agradar ela e eu ter um motorista para a casa noturna nova da cidade.

— Você quer arrastar um professor para uma balada?

— Que mal tem? Somos solteiros e podemos nos divertir — Melequento deu um giro dançando.

Soluço resmungou revirando os olhos e levou a mão ao rosto se lembrando de onde sua vida foi parar anos atrás quando foi em uma balada com ele. Seu rosto mudou de expressão ao se lembrar de onde sua vida foi parar quatro anos atrás indo em uma balada com ele. Ele sorriu de canto para Melequento que achou estranho.

— Vou escolher uma roupa.

— Eu vou te ajudar.

— Não vai não.

Fechou a porta na cara do Melequento que reclamou e voltou para a sala. Alguns minutos e Soluço voltou para a sala vestindo uma calça preta com cinto e uma camisa vermelha com a manga encolhida no cotovelo.

— Perfeito — Melequento fez um quadrado com o dedo indicador e dedão das duas mãos colocando o ruivo em foco e analisando o look dele — Não mexa no cabelo — o parou quando viu o ruivo levar a mão no cabelo.

— Está do jeito que acordei agora.

— Seu cabelo fica perfeito assim, todo arrepiado e rebelde... — foi até o espelho grande atrás da porta e mexeu no cabelo preto — Você puxou toda a beleza da família.

— Vamos?

— Bora usar essas duas entradas para a melhor noite das nossas vidas.

— Imagino que pela casa ser nova e prometer muito, o ingresso deva ser salgadinho — trancou a porta e se direcionou ao elevador apertando o botão para descer.

— Consegui mais barato com o Peixe — entrou no elevador e apertou a garagem — Ele ia para lá com a garota dele — afinou a voz — Mas decidiram uma noite de filmes e sorvete e pipoca...

— Eu também passaria a noite com filmes e sorvetes.

— Pode parar, Soluço. Você tá ficando um coroão desamparado. 

O elevador abriu e foram até o carro.

— Estou bem sozinho com a minha carreira, Melequento.

— Precisa arrumar alguém. Do que você gosta? Tá esperando a hora certa de se revelar ou vai virar o tio dos gatos?

Soluço ligou o rádio alto e deu partida no carro. Melequento tentou abaixar o volume e recebeu um tapa, emburrou a cara e colocou o cinto indo calado até a casa noturna. Estacionou na vaga que encontrou e trancou o carro. Entraram e Melequento já foi com os olhos brilhando para o bar e pegou uma dose de uísque, deu um gole e ofereceu a Soluço que negou.

O Professor de Matemática - HiccstridOnde histórias criam vida. Descubra agora