O Professor de Matemática - Hiccstrid

Capítulo 18

Astrid passou janeiro todo ansiosa esperando a resposta da editora. E passou mais dias dormindo no apartamento com Soluço do que na casa do seu pai. Um fim de semana, passou na casa dos pais do namorado com ela ensinando a receita do seu pudim para Valka que ficou apaixonada quando comeu no natal que não pensou duas vezes em pedir a receita para a nora.
A primeira semana de aula passou voando e Astrid está elétrica finalizando seu trabalho final para entregar para seu orientador e ele dar a palavra final de aprovado ou não. 
É sábado e ela está organizando suas maquiagens na penteadeira e vendo o que precisa comprar. Fez uma nota mental de comprar um xarope para queimação quando sentiu a queimação na boca do estômago. Anotou no celular o que precisava e desceu as escadas encontrando seu pai na cozinha.

— Vai sair com Soluço hoje?

— Talvez, ainda não temos nada combinado — se aproximou do portal da cozinha — Posso usar seu carro para comprar minhas coisinhas?

— Claro, filha — se aproximou e lhe deu um beijo na testa — Dirija com cuidado e não bata em nenhum poste.

Eles riram. Quando Astrid bateu o carro anos atrás, seu pai surtou de preocupação e por um tempo até a proibiu de dirigir seu carro, mas depois se tranquilizou de liberou seu carro diversas vezes para ela dirigir. Mas nesses últimos seis meses a loira tem tido um motorista particular de cabelo ruivo acastanhado.
Ela saiu da loja de maquiagens e foi para a farmácia comprar o remédio de cólica e xarope para essa azia que está a incomodando desde o almoço. Abotoou o cinto e arrotou, fez uma careta sentindo um gosto amargo. Parou o carro no estacionamento da farmácia e foi até o balcão vazio. Esperou alguns minutos o balconista vim lhe atender. Enquanto isso observou tudo em volta e seu olhar parou em uma prateleira atrás do balcão. Testes de gravidez. Uma chave virou dentro da sua cabeça.

— No que posso ajudar? — um homem moreno com jaleco chegou no balcão.

Astrid respirou fundo e fez seu pedido.

— Um teste de gravidez.

O homem sorriu e pegou embrulhando em papel escuro. Ela pagou e voltou para o carro se achando uma maluca por ter gastado dinheiro a toa com teste de farmácia. Enfiou no fundo da sacola e voltou dirigindo para casa. Entrou e ouviu seu pai conversando no celular. Subiu para seu quarto fechando a porta e entrou no banheiro com o teste embrulhado. Fez xixi no copinho e colocou no balcão da pia em cima de um pedaço de papel higiênico. Abriu o envelope da tira de teste desajeitada e mergulhou no xixi. Saiu do banheiro fechando a porta e pegou o celular na cama vendo mensagens dos seus amigos no grupo. Chegou uma mensagem do Soluço e seu corpo gelou. O que vai falar para ele quando esse resultado sair? Jogou o celular na cama e pegou as sacolas com seus produtos para guardar. Quando abaixou a cabeça se sentiu tonta e o gosto amargo voltou na garganta. Abriu a porta do banheiro e vomitou na pia. Enxaguou a boca e limpou a pia usando o sabonete liquido. O teste puxou seu olhar. Dois riscos vermelhos bem evidentes. A azia passou. Foi até o vaso e sentou pegando teste e encarando aquelas duas linhas que declaravam que havia uma gravidez no seu corpo. Levou a mão ao seu ventre sem saber como reagir ou o que pensar. Enfiou a fita do teste no envelope, jogou o xixi fora, enfiou o copinho na caixa junto do envelope e jogou no lixo. Pegou seu celular e a chave do carro para ir até a casa do Soluço, precisa conversar com alguém. Seu pai nem viu ela sair uma segunda vez porque está no escritório de porta fechada. Sua cabeça está longe, está dirigindo no automático. Parou em frente ao prédio e entrou direto por já ter aviso do Soluço que ela podia subir sem ser avisada desde que começaram a ficar. Parou em frente a porta e paralisou com sua mão no ar pronta para bater. Bateu três vezes fraco esperando que ele escutasse.

— Oi, amor — Soluço abriu a porta encontrando a namorada desnorteada — O que aconteceu? Entra.

Ela entrou e se sentou no sofá colocando uma almofada no colo.