Capítulo 6

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Na quarta, Astrid saiu com alguns colegas de sala para uma festa que uma aluna do primeiro ano deu por ter sido aceita como animadora de torcida. Astrid já sabe como a jovem de pele negra conseguiu convencer a Cabeça quente a aceitá-la. Golpe baixo.

— Acho que essa festa podia ter sido numa segunda — Durão afirma pegando uma cerveja na mesa.

— Pois para mim devia ter depois de amanhã — Astrid disse mau humorada ignorado a cerveja que a amiga ofereceu.

— Ah, Astrid, pode parar. Que isso? O que houve?

— Acho que vou ir mal em matemática. Não tem prestado atenção em nenhuma aula. 

— As aulas acabaram de começar, relaxa e esquece ele — Quente diz bebendo a cerveja.

— Precisa de ajuda para esquecer alguém, Astrid?

Peter, o aluno da outra turma do terceiro ano que dá em cima da Astrid desde que entraram na High School de Berk. Ela sempre deu fora nele mas ele nunca desistiu. Já deu PT tentando impressionar ela já que ela bebe e muito. Já pegou pó das coisas do pai que é policial achando que ela fosse gostar já que fuma maconha.

— Peter, como vai? — Durão se enfia na frente de Astrid que é empurrada por Cabeça quente para sair de perto do doido.

— Qual é, Astrid? Não vamos nem trocar um oi?

— Não vou ficar com você. Nunca. Tchau.

Astrid deu as costas e foi para fora da cozinha acompanhada pela amiga.

— Você está ansiosa?

— Não sei... 

Astrid suspirou olhando para o esmalte descascado nas unhas. A unha do meio quebrada por ficar mordendo. A do mindinho curta porque sempre vira para trás e quebra. Viu uma menina passando com garrafas e pediu uma. Abriu a garrafa de Campari e virou um gole grande.

— Não sei como aguenta beber isso — Quente faz careta — Isso é horrível.

— É apenas para paladares refinados.

Quando eram quase onze horas, Astrid se despediu dos amigos e foi embora para casa. Empurrou a grande porta branca encontrando tudo apagado. Por sorte sua mãe já deve estar dormindo ou ainda está no escritório. Subiu para o quarto abrindo a porta da varanda para deixar o vento entrar. Olhou para o céu que continha poucas estrelas brilhando. Talvez por causa do excesso de iluminação no bairro quase não dá para ver as constelações direito. Infelizmente a previsão do tempo não anuncia chuvas. Ela as ama. Quando era mais nova tinha medo dos trovões mas amava ver os raios cortando o céu. Tempestades a deixa calma.  Foi até a gaveta dentro do guarda roupa e pegou um cigarro branco e se sentou no chão da varanda para fumar. Ainda estava ansiosa mas não sabia com o quê. Olhou para o cigarro que estava pela metade e ainda aceso. Encostou a ponta acesa no pulso. Apertou mais forte o cigarro no pulso para apagá-lo. Ficou um círculo de queimadura leve no seu pulso. Se levantou e jogou o resto da ponta no lixo do banheiro.
Desceu até a cozinha para beber uma água bem gelada. O arrependimento veio ao ouvir a porta bater na parede e a discussão começar.

— Essa casa é minha. A filha é minha e você só mora aqui por caridade minha!

Os gritos do senhor Hofferson surgiram na sala. Astrid apareceu na porta com um copo na mão observando seus pais separados discutir mais uma vez dentro da casa que seu pai lhe deixou.

— Eu fui embora dessa casa mas eu voltei pela minha filha. Não tem direito nenhum sobre ela — sua mãe berrou.

— Esqueceu que você não tem nada no seu nome além do carro que comprei para Astrid e você passou para seu nome sem minha autorização? Você mesmo divorciada de mim ainda depende da minha pessoa.

Astrid deu as costas e deixou o copo ainda com água na pia e saiu pela porta que dá para o jardim. Foi para a garagem ignorando aqueles gritos que ainda tinham o poder de lhe deixar ansiosa. Já estava um pouco antes só não sabia o porquê. Entrou no carro encontrando a chave na ignição. Abriu o portão e saiu dirigindo sem rumo no meio da noite. Viu na tela do carro ser mais de meia noite. Não olhou em nenhum momento para o retrovisor se vinha carro ou se seus pais foram até o meio da rua quando escutaram o carro ligado. Eles não se importaram antes então não será agora que vão, Astrid pensou apertando o volante. Dirigiu com calma até encontrar a placa de volte sempre de Berk. Acelerou na pista sem pensar muito para onde iria. A cidade vizinha Alfheim parece um bom lugar para pensar. Ela sorriu fraco ao ler as placas mostrando a quilometragem até as cidades vizinhas. Se tivesse carros a essa hora na pista, Astrid cortaria e aceleraria mais ainda para sentir algum tipo de controle sobre o carro. Abriu a janela colocando o braço para fora sentindo o vento na palma da mão. Chegou em um trevo após alguns minutos e entrou para a cidade de Alfheim. Não conhecia bem a cidade mas senguiu as ruas até encontrar a praça. Assim que a avistou, acelerou mais e bateu com força no poste na vaga de estacionamento. O airbag ativou a impedindo de bater a cabeça no volante. Socou com raiva o dispositivo de segurança pensando que devia ter acelerado mais, dirigido mais sem segurança ou até jogado o carro em algum barranco. Berk tem uma montanha onde algumas passos fazem encontros. Pensou que deveria ter ido pra lá e se jogado com o carro. Não entende porque seu coração está acelerado ou porque mais uma vez seus pais discutem sobre quem tem dinheiro e quem depende de quem. Quer que esse último ano acabe logo e possa escolher uma faculdade em outra cidade. Sabe que seu pai vai dar o apoio moral e financeiro para ela ficar longe da mãe. 
Sentiu seu celular vibrar no bolso e saiu do carro ignorando. Analisou bem o estrago na frente do carro. O celular continuou a vibrar. Pegou e viu ser ligação do seu pai. Deslizou o dedo para desligar. Precisa de umas horas sozinha. Subiu em cima do carro e se deitou no teto olhando para as estrelas. Mesmo com a iluminação conseguia ver algumas. Começou a pensar em conversar com alguém. Mas quem? Pegou o celular e abriu sua rede social indo para os contatos mandar mensagem para a pessoa que ela sabia que seria a última a responder uma mensagem sua. Digitou que precisava de ajuda e tirou foto da batida no poste.

Soluço está acordado montando algumas atividades que possivelmente irá usar como avaliações. Coçou a sobrancelha e percebeu o celular acender com uma notificação. Viu ser Astrid e queria ignorar mas ficou curioso com a foto que ela mandara. Abriu o chat e viu o carro batido no poste. O que será que aconteceu e porque pediu ajuda logo para ele? Justo ele que está tentando evitá-la. E queria evitar mais uma vez mas seu senso de ajudar sempre que possível falou mais alto. Digitou perguntando onde ela está e se levantou para vestir uma camisa. Está só com a calça que usou mais cedo. Ainda não teve tempo de tomar banho para relaxar e dormir. Pegou o celular vendo a mensagem dizendo Alfheim. Respirou fundo. É a cidade que seus pais moram. Está de madrugada e não tem chance de encontrar com seus pais e ter que conversar com eles. Desceu e entrou no carro dirigindo para sua antiga cidade.


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Até o carnaval para o próximo capítulo ✨

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@LayHyungMin

O Professor de Matemática - HiccstridOnde histórias criam vida. Descubra agora