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S/n Watanabe

— Sinceramente eu não vejo problema nisso — disse encarando Kisaki calmamente. — Me diga você iria vê o que está acontecendo?

Kisaki respirou fundo e sorriu.

— Sendo sincero — disse Kisaki mantendo seu olhar no canto da sala de reuniões. — Eu ia preferir ignorar, já te ajudei sobre esse assunto no passado. Sua mãe quis se fazer de burra e mesmo assim perdoou aquele babaca, então não acho correto você ir nesse almoço sozinha.

Pode ser estranho o Kisaki nesse momento, mas infelizmente não é. Esse é um lado que apenas eu conheço e nem Hanma imagina que existe, encarei ele pensativa.

— Você iria comigo? — perguntei respirando fundo. — Não posso negar que estou curiosa em saber o que ela quer me falar, sabe mesmo que tenho raiva dela não ter dado ouvido a sua filha. Ainda quero saber o que a traz depois de um tempo que não a vejo mais.

Escutei Kisaki bufar e lhe encarei.

— Isso é um não? — perguntei.

— Não, irei com você — disse Kisaki. — Ainda preciso de você viva, alguém tem que deixar Izana manso.

— Achei que você já tinha conseguido manipular o Izana — disse sorrindo. — Acho que está perdendo seu dom na arte da manipulação.

— Vai se foder — disse Kisaki revirando seus olhos.

— Tô esperando Izana voltar para isso virar realidade — disse piscando logo em seguida, fazendo Kisaki revirar seus olhos.

— Puta que pariu — Kisaki bufou.

— Você que falou 'vai se foder' e eu apenas falei que ia quando Izana voltasse — disse sorrindo. — Não precisa levar o Hanma para o almoço.

— Ele vai vir de qualquer forma — disse Kisaki respirando fundo. — Ele é o típico segurança que gosto de ter ao meu lado.

— Claro — disse rindo. — Com ele ao seu lado, nenhum retardado iria tentar bater em você! É um belo jeito de se defender e nem precisar sujar suas próprias mãos.

— Isso soa familiar? — perguntou Kisaki debochado.

— Talvez — disse revirando meus olhos. — Só que agora é apenas passado, não sou mais como antes. Eu gostei da sensação de machucar alguém com minhas próprias mãos, é tão revigorante.

— Izana encontrou uma rainha de verdade para essa gangue — disse Kisaki se levantando e me encarando. — Estou curioso para a sua vingança contra o Draken e a Emma.

— Também estou — disse sorrindo.

Ele se retirou e eu pude relaxar ainda mais, não dá para negar, mas a presença do Kisaki me deixa com uma certa dificuldade de respirar. Acho que é pelo fato dele sempre dizer que eu devo algo a ele, por ele ter me ajudado no passado. Talvez seja por isso que eu sempre fico com essa maldita dificuldade, não posso ignorar essa suposição. Até porque essa suposição pode estar correta e eu sei sobre isso.

Tenho certeza que um dia vou conseguir me livrar de uma só vez dele, não quero dever nada para ele. Isso está me deixando louca, eu já tive várias oportunidades para acabar com ele, mas como eu tinha esse problema com sangue e depois eu me sentia na obrigação de retribuir tudo o que ele fez por mim no passado. Eu quero poder respirar fundo e seguir em frente, focar na gangue e na minha vida daqui pra frente.

Be mine - Imagine 🎴Izana Kurokawa 🎴Onde histórias criam vida. Descubra agora