The Secret Of Manchester - Erling Haaland & Jude Bellingham

V.13

[n/a] Vocês gostariam que eu escrevesse sobre outros casais? Me deem ideiassss.

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Jude acordou com a claridade batendo eu seus olhos, sentia frio porque o cobertor tinha caído no chão durante a noite e provavelmente por conta de seus sonhos agitados, era difícil ignorar a existência de Erling Haaland quando ele não o deixava nem durante o sono. Se sentia suado, de uma forma esquisita, e estava mesmo, Zidane roncava audivelmente na cama ao lado e não parecia se importar com a luz. Jude se levantou com cuidado, caminhando até o banheiro e finalmente se encarando no espelho. 

Precisava de concentração para se acalmar... acalmar aquilo acordado em sua calça. 

O celular apitou na bancada e ele olhou de relance. Haaland. 

"Vamos tomar café da manhã?". 

Uma única frase, sem segundas intenções, sem malícia, mas que piorou em muito a situação constrangedora de Jude. 

Ele deveria negar, é claro, sabia quais passos devia seguir ainda mais com De Bruyne observando daquela maneira, porém havia um impulso em aceitar. 

Ele sabia que deveria se manter calmo, era véspera do jogo mais importante desde sua estreia, permanecer ao redor da sua segunda maior preocupação naquele internato com certeza não era a melhor das decisões. 

"Sim". Digitou e mandou antes que mudasse de ideia. 

"A porta estará aberta". Foi a resposta imediata de Haaland, como se ele estivesse esperando. 

Jude suspirou, tendo ideia da única coisa que aliviaria aquele... incômodo, ele teria que tomar um banho também, já que ao repartir um quarto havia certa ética a ser seguida. 

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A porta estava, como prometido, aberta quando Jude chegou. 

O cheiro que invadiu seu nariz era característico e ele percebeu, ao longe, apenas a estrutura física enorme de Haaland cozinhando com a maestria de um chef. 

- Você deveria tentar outra carreira - Jude murmurou, sorrindo sem jeito. 

- Ai você se livraria de mim - Haaland respondeu, claramente distraído. 

Ele não olhava para Jude, mas parecia prestar muita atenção na sua presença, usava uma camiseta térmica branca e calças de moletom cinza, tinha o cabelo solto claramente úmido. 

- Não tinha ideia do que você gosta, então fiz o que eu gosto - Erling parecia ser bom em tudo que fazia. 

Jude não respondeu, apenas sentou e continuou observando o amigo. 

- Você deve saber que meu pai foi um grande jogador - Todo mundo sabia - Mas ele tinha outros talentos e sempre falava que um homem deveria buscar se aperfeiçoar em... tudo, então a primeira coisa que aprendi a cozinhar foi este prato, ele me arrastou para a cozinha e mostrou que a culinária é uma arte assim como o esporte - Haaland sorria enquanto falava, surpreendendo Jude com a delicadeza ao montar um prato - Pão de centeio que, sem querer me vangloriar, mas fui eu que fiz - Ele sempre queria se vangloriar - Omelete com queijo e orégano, além de tomates secos, rúcula e uma fina camada de queijo gruyere - Ele disse, parecendo orgulhoso enquanto entregava para Jude o prato perfeitamente montado. 

- Você gourmetizou um sanduíche? 

- Eu o aperfeiçoei, Jude. 

O silêncio poderia ser constragedor, mas era confortável naquele momento. 

- Você vai ter um orgasmo comendo isso - Erling sorriu, se virando na procura de alguma coisa para beber. 

Péssima escolha de palavras. 

Todavia foi quase isso na primeira mordida, um prazer tão grande que Jude não conseguiu segurar um gemido de pura satisfação. 

Era um crime o que Erling estava fazendo com ele. 

- Você nem me esperou! - Ele disse, servindo ambos os copos de suco. 

- Isso é muito bom - Disse de boca cheia, sem se importar. 

- Guarde os elogios, eu sei que é bom. 

- Isso é muito bom - Repetiu dando ênfase na frase, fechando os olhos ao mastigar. 

Ele precisava de concentração para sentir completamente aquela explosão de sabor contida apenas num pequeno e "simples" sanduíche, feito com atenção por Erling, com toda aquela minuciosidade que aplicava em tudo.

E Jude soube que não conseguiria explicar em palavras o sentimento que floresceu dentro de si mesmo quando Haaland, da mesma forma que ele, fechou os olhos ao mastigar lentamente. 

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Eles, surpreendentemente, conversaram enquanto Erling arrumava a cozinha, talvez o primeiro momento realmente leve entre os... amigos. 

Era esquisito enxergar um ao outro daquela maneira, não estar receoso acerca do que falaria e de como iria agir, apenas expor as próprias opiniões e rir de Haaland quando ele fez uma careta ao descobrir que Jude realmente gostava de ler. 

- Isso não segue em nada o estereótipo de atleta idiota. 

- A sua culinária também não, imagine se os outros vissem você de avental enquanto assa cupcakes. 

- Eu não uso avental - Haaland jogou o pano de prato em Jude. 

Eles riram e ficaram em silêncio.

Se olhavam, um contado visual desinibido parecendo esconder o que cada um queria desesperadamente falar. 

Mas era coisa da cabeça de Jude. 

- Pep me ligou ontem a noite - Haaland murmurou, de repente com uma expressão séria. 

- O que ele queria? 

Ele não respondeu, apenas encarou Jude e se aproximou, abaixando subitamente até ficar na altura das pernas do amigo. Haaland esticou as mãos e com uma lentidão esquisita tocou sua panturrilha, enrolando os longos dedos pelo músculo e puxando com força logo em seguida. 

Jude abafou um grito, fechando os olhos para tentar esquecer a dor.

- Eu sabia - Haaland ficou em pé novamente - Jude, por que escondeu isso? 

Ele não conseguiu responder, apenas apoiou a mão na bancada e controlou a própria respiração. 

- Como consegue andar neste estado? Como consegue jogar? - Haaland parecia genuinamente preocupado. 

- Zidane... - Ele respirou fundo, a dor já tinha se dissipado novamente - Zidane dá um jeito. 

- E ele nunca te explicou o quanto isso é perigoso? Pelo amor de Deus, dependendo do que aconteça você pode nunca mais jogar, é isso que quer? 

- Claro que não - Respondeu, tocando a própria perna. 

- Não é o que parece - Haaland caminhou até o outro lado da bancada, encarando Jude nos olhos - Quando isso aconteceu? 

- Foi antes de eu chegar eu não... eu não queria contar e ficar no banco sem nem ter estreado. 

- Isso é burrice. 

- Eu sei! - Jude rodou os olhos, cansado daquela conversa e querendo ir embora - Você não pode contar para ele, eu não posso ficar no banco amanhã. 

Erling suspirou, fechou os olhos e andou até a janela, parecendo estar numa luta interna. 

- O que eu vou fazer com você? - Foi o que murmurou, passeando o olhar pelo corpo imóvel do amigo.