O PROBLEMA SOU EU?

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Depois de muitas tentativas de adivinhar qual ou quais músicas iríamos apresentar na campeonato municipal, Wil, nosso professor, entrou no teatro pelo palco.

- Bom dia alunos! - Comprimenta - Como sabem, vamos competir nas municipais. Para apresentarmos temos que escolher músicas. Na verdade eu já escolhi. Vamos cantar Rolling Stones - Wil abre um sorriso.

- Por mais que a banda seja muito boa - Levanto uma mão para falar - não é um estilo de música para se apresentar com um coral. Como iremos cantar? - Pergunto.

- Fico feliz que conheça eles Victoria, ajuda bastante - Will senta na beirada do palco- Sua pergunta é muito interessante. Pra quem não conhece, Rolling Stones foi uma banda de rock muito reconhecida na década de 60, mas faz sucesso até os dias atuais. E entrando em concordância com a Senhoria Gleen, esse estilo não é muito comum em corais.

Múrmuros se formavam na grande sala, provavelmente se perguntando como isso iria funcionar.

- Mas é exatamente isso que vai impressionar os jurados - Continua nosso professor - Óbvio que não vamos cantar a música exatamente como ela é, caso contrário, não teria nada de novo para mostrar. Vamos sim mudar algumas partes, ritmos, mas jamais tirar a essência da música. Entendem?

Depois que o Senhor Will explicou tudo ficou mais claro, começo a pensar que é possível ir longe com a ideia.

- Então vamos ao trabalho! - Ele se levanta, por um momento achei que fosse cair - A competição é daqui um mês e meio, sendo assim, não temos tanto tempo pra ensaiar o quanto estava planejando. Vamos nos encontrar duas vezes na semana, como sempre na terça, e depois da aula na quinta feira. - Todos soltaram um suspiro em desanimo. - E instrumental, vou estar conversando com vocês depois para dizer como quero a música certo? - Os meninos assentiram.

O ensaio seguiu com Will separando as pessoas que vão cuidar das coreografias e roupas. Depois nos passou a música que seria "You Can't Always Get What You Want" dos Rolling Stones.


- O que acharam da música escolhida - Maghie pergunta.

- No começo fiquei apreensiva - Anne diz - Mas depois que ele explicou como iria funcionar, consigo imaginar algo bom o suficiente.

- E você? - Pergunto para Maghie.

- Sou suspeita para falar - Ela sorri - Sabem muito bem como amo rock clássico.

Andamos por mais alguns minutos até a saída, Maghie se despediu às pressas dizendo que faltava apenas alguns minutos para seu horário de trabalho e Anne disse que iria até a casa de sua tia hoje, então eu segui para casa sozinha.

Fui caminhando calmamente admirando um pouco o tempo, mesmo que estivesse nublado, o tempo estava ótima para ler um bom livro em casa. Desse modo, resolvo ir à biblioteca. Aproveito para devolver um livro que estava comigo a dias.

Chegando lá fui direto a até a bancada conversar com Dona Lia.

- Boa tarde Dona Lia! - falei tirando o livro da mochila e colocando sobre a bancada - Como a senhora está?

- Oi minha filha. - Ela disse abrindo um meigo sorriso - Melhor agora, veio entregar outro livro?

- Sim, quero pegar um que estou namorando a tempos.

- Não esqueça de trazer quando terminar - Ela solta uma risadinha.

- Pode deixar, não esqueço! - minto, provavelmente irei esquecer - E Dona Lia, a senhora viu Parcy por aqui hoje? - pergunto a ela me lembrando que não o vi hoje.

- Ele chegou a um tempinho, foi lá em direção aos livros de suspense.

- Obrigada - falo me retirando indo até o local.

De longe vijo Parcy sentado em uma poltrona foleando um livro em suas mãos. Sua paz faz com que eu sinta vontade de assustá-lo. Assim faço.

Toquei em suas costas dando um pequeno empurrãozinho, já que não se pode gritar em uma biblioteca.

- Caraca, que susto Victoria - ele disse se virando para mim.

- Estou descontando os sustos que você já me deu. - falo me sentando na poltrona ao seu lado. - O que aconteceu com você hoje? Desapareceu.


- É... andei ocupado.


- Você nunca fica ocupado - brinco.

 
- Tem primeira vez para tudo.


- É o que dizem - Digo estranhando suas repostas vazias - Já está indo? - Pergunto olhando o livro quase terminado.

- Estou sim.

- Vamos? Tenho que te contar a fofoca que descobri - Falo animada - Vim só entregar um livro que estava lá em casa, não vou ficar.

- Na verdade... - Ele deu uma pequena pausa. - Não vou te levar hoje em casa.

- Ah... ok, aconteceu alguma coisa? - Aproveitei para perguntar, já que ele estava estranho.

- Não, não. Vou buscar minha irmã na creche.

- Menos mal, pensei que estava com medo de eu te sequestrar - faço uma piada para ver se ele continuava assim.

- Até amanhã Victória - ele disse se levantando e passado por mim em direção a saída, não me dando muito tempo para que nos despedíssemos de uma forma mais educada.

A primeira coisa que vem em me cabeça quando ele sai pela porta de madeira é se fiz algo de errado.

O caminho inteiro fico repassando todos nosso últimos momento tentado achar algum erro que tenha cometido, mas minha cabeça não consegue achar porcaria nenhuma. Nenhuma frase, palavra, ação, olhar, nada...

Tento me convencer que ele está em um dia ruim, ou que aconteceu alguma coisa, mas isso me deixa mais preocupada. Melhor não pensar em nada. Fácil falar.

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É assim que Eu te amoOnde histórias criam vida. Descubra agora