CADÊ A CHAVE?

16 2 0
                                    

ANNE

É engraçado ser a pessoa mais responsável do grupo. Você tem que frear as suas amigas, pois às vezes algumas ideias que surgem na cabeça delas são inacreditáveis.

Todavia, em certos momentos, cogito deixar minha consciência de lado e fazer qualquer parada que vier na telha, mas não consigo. A partir do momento que considero fazer uma mínima loucura, minha mente pensa em todas as possibilidades de erro.

Acordo de madrugada morrendo de sede, olho para as meninas e elas estão dormindo, saio do quarto e me direciono a cozinha. Sem acender a luz com medo de alguém acordar, caminho apenas por instituição. Esbarro em alguns móveis, que graças ao bom Deus não fazem muito barulho.

Com muito cuidado pego um copo e abro a geladeira que agora ilumina um pouco a cozinha, que estava sendo iluminada apenas pelo brilho da lua e dos postes. Sinto alguém me observando, mas provavelmente é minha consciência com medo do escuro.

- Ei, psiu - escuto alguém sussurrando.

Meu corpo inconscientemente salta em um susto. Por um triz meu plano de não derrubar nada vai para o lixo, mas felizmente caiu apenas um pouco de água no chão. Olho para a porta de vidro que conecta a cozinha com a parte de fora da casa e vejo Jacob alí, plantado no escuro.

- Abre aqui pra mim - ele volta a sussurrar, quase não o ouso, mas consigo ler sua boca.

Vou até a porta e procuro a chave, mas meu olhos não a encontram.

- Onde está a chave? - Pergunto sussurrando.

Ele tenta me dizer algo, mas não entendo absolutamente nada. Aceno para o meu ouvindo dizendo que não entendi. Ele aponta para uma caixinha em cima da bancada. Vou até lá e encontro a maldita chave.

- Onde está sua chave? - indago abrindo a porta.

- Acho que perdi no caminho, ou esqueci aqui. Não encontro em lugar nenhum - ele diz passando as mãos pelos bolsos.

Seu olhos saem dos meus e descem pela extensão do meu corpo, e ficam por alí. Por um momento julgo que minha roupa esteja suja ou algo do tipo. Mas quando olho para baixo... ESTOU DE PIJAMA . O problema não é nem a estampa ridícula de unicórnio, mas que ele está minúsculo em mim, tenho ele desde dos meus dez anos. Minha barriga fica um pouco aparente, minhas pernas praticamente toda a mostra. Levo minha mão no rosto para tampar o corado que a vergonha causou no meu rosto.

- Ai meu Deus! Esqueci completamente que estava de pijama. - Falo com a voz abafada pela mão.

Jacob ri um pouco e se vira em forma de respeito, por mais que tenha me encarado bastante.

Saio rapidamente da presença dele morrendo de vergonha do que acabará de acontecer, porém esculto sua voz me chamando de novo.

- Anne! - Ele me chama ainda virado - Só não conta para minha mãe o horário que cheguei hoje.

- Só se deixar esse momento aqui entre nós.

- Combinado.

- É muito estranho conversa com alguém que está de costa - comento sorrindo

É assim que Eu te amoOnde histórias criam vida. Descubra agora