QUEIMAÇÃO

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 MAGHIE

Volto para a casa com os braços queimando de dor. Resolvi ir na academia do meu tio treinar um pouco do meu box enferrujado. E porra, tinha me esquecido o quanto dói socar aquele saco de areia gigante.

Abro a porta inutilmente grande de casa e vou direto beber um copo de água. Vejo meu pai sentado no banco da bancada mexendo no computador com as sobrancelhas franzidas.

- Oi pai – O comprimento abrindo a geladeira.

- Oi filha! – Ele olha para mim brevemente e volta a mexer no notebook – Foi onde? E por que está pingando a suor?

- Estava na academia do tio George treinando um pouco de box, fazia tempo...

- Seu pai está precisando também viu – Adam dá uns tapinha na barriga, que não está grande nem nada, mas ele gosta de deixar o corpo em forma. – Ah! – Ele olha para mim e deixa de lado o notebook. – Falando em esporte, que dia vai ser seu próximo jogo? Faz tempo que não vejo meu prodígio jogar.

Minha boca solta um sorriso abafado por causa do seu exagero. Faz tempo que meu pai não aparece nos meus jogos, ou nos treinos, ele sempre costuma dar as caras por lá, mas esses últimos meses Adam tem estando bastante ocupado.

- A final vai ser semana que vem – Digo apreensiva – faz tempo que o senhor não aparece mesmo.

- Ah filha... – Ele levanta do banco e vem até mim. – Desculpa por estar ocupado esses dias. Também sinto falta de te ver jogar.

Ele me abraça e minha cabeça encosta no seu peito por ele ser maior do que eu. Não costumo gostar de abraço, mas o do meu pai me traz uma segurança tão boa que é impossível fugir do sentimento que me faz sentir. Não sei se um dia vou ter esse mesmo sentimento com outra pessoa. Provavelmente não, é único.

- Pode ir, mas não espere um gol dedicado a você por estar com saudade do senhor lá. – Ele gargalha alto.

- Aff!

Me afasto dele e levo meu copo para pia.

- Vou subir, preciso me arrumar para a festa – Ele me olha e levanta a sobrancelha.

- Cuidado. Vai com quem?

- As meninas vão passar aqui e vamos juntas a pé.

- Hm, beleza então.

Vou andando em direção ao meu quarto e lembro que queria pedir uma coisa para ele.

- Pai! – Ele se vira para mim.

- Eu queria saber, se quando completar meus 16 posso tirar habilitação?

- De que? Moto ou carro? – Ele pergunta nada surpreso, provavelmente já estava esperando.

- Os dois...?

Seu sorriso abre.

- Claro que pode! Posso deixar meu outro carro para você, e estava até pensando comprar uma moto.

Meus olhos se arregalam.

- Mentira!

- Verdade. – Ele sorri. – Mas a moto vai ser minha.

Corri até ele e o abracei, não esperava que ele me desse o carro. Por mais que eu meu trabalho não dessa tanta grana, dava para comprar um carro se juntasse.

- Tá bom, tá bom... eu sei que me ama e está agradecida – Ele diz batendo nas minhas costas. – Mas você precisa se arrumar.

Me solto dos seus braços.

É assim que Eu te amoOnde histórias criam vida. Descubra agora