Capítulo 16

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O natal havia finalmente chegado. Duas semanas haviam se passado desde o encontro com Lucas, no shopping, e desde então, não havíamos nos encontrado mais. Fiquei contente por isso, pois não queria repetir a dose de medo e insegurança que senti naquele dia. Principalmente por temer que Felipe fosse se afastar de mim e passar a me ignorar depois do acontecido, mas felizmente não foi isso que aconteceu. Pelo contrário. Aquilo só pareceu aproximar nós dois cada vez mais, e eu estava feliz, pois nosso relacionamento estava tão perfeito, que as vezes isso me assustava.

Eu estava tendo o namoro que sempre quis. Tinha um namorado perfeito. Bonito, inteligente, engraçado e que me proporcionava algo saudável que eu sempre quis, por isso as vezes ainda me sentia um pouco estranho em relação a isso. Ter algo estável em minha vida, apesar dos problemas em casa. Tudo com Felipe era calmo, sereno e descomplicado, e eu não podia querer algo diferente. Então tentava jogar fora todos os pensamentos negativos que de repente apareciam, como se quisessem ameaçar a melhor coisa que havia acontecido em minha vida nos últimos meses, que era Felipe.

Nós dois estávamos felizes e era isso que importava, e essa felicidade só pareceu triplicar quando Marina, a irmã de Felipe chegou de viagem para visitá-lo e passar algumas semanas na cidade. Ela chegou num sábado à tarde e desde então, Felipe tem demonstrado a ela o quanto sentiu sua falta. Até tive a leve impressão de que ele estava prestes a chorar quando a buscamos no aeroporto. Sorri feito idiota quando observei timidamente os dois se abraçassem por vários minutos enquanto trocavam palavras baixas. Marina era incrivelmente linda e parecida com o irmão. Loira, um pouco baixa, um rosto simpático e olhos idênticos aos de Felipe. Fiquei um pouco nervoso quando seus olhos me encontraram ali parado, com os ombros encolhidos de vergonha, mas isso logo se foi quando ela se aproximou e para minha total surpresa, me abraçou simpaticamente, como se fossemos amigos de infância. Felipe ficou em suas costas, me olhando com um sorriso lindo no rosto, parecendo satisfeito e orgulhoso com a cena que via.

Marina tem dormido no apartamento desde então, o que deixou Felipe claramente aflito, pois ele parecia não ter pensando sobre aquilo antes. Seu apartamento tinha apenas um quarto, e ele não deixaria sua irmã ficar hospedada num hospital, então Felipe acabou cedendo seu quarto para que ela pudesse se sentir mais à vontade, enquanto ele se acomodava no sofá da sala. Mas não era esse o motivo de sua aflição. O que o estava deixando tenso, era o fato de que o apartamento estava fora de cogitação para qualquer ato de sexo enquanto sua irmã estivesse ali. Por esse motivo, nos dias seguintes, Felipe pareceu entrar em abstinência, pois fazia quase oito dias que nós não fazíamos sexo. Nós dois podíamos ir a um motel ou qualquer outro lugar para acabar com isso, mas com a chegada de Marina e o problema em minha casa, com meu pai e Clarisse, Felipe e eu quase não conseguíamos ficar a sós, principalmente quando estávamos em minha casa, pois meu irmão o roubava de mim sempre que podia para jogar vídeo game, ou Victor dava um jeito de nos interromper.

- Já é natal. Acorda preguiçoso. - me contorci sobre minha cama quando senti o toque suave em minha orelha. Minha única resposta foi um gemido preguiçoso. - Vim te buscar porque preciso de ajuda com o jantar, amor. - a voz de Felipe era mansa e eu podia sentir seus lábios macios contornando cada centímetro de minha orelha, descendo lentamente por minha nuca e depositando beijos que me causaram arrepios.

- Não é justo. Pare com isso. - resmunguei, me contorcendo e me encolhendo em baixo da coberta. Felipe deu uma risadinha divertida e voltou a beijar meu pescoço, enquanto sussurrava.

- Se você não levantar, juro que vou te atacar e nós vamos fazer sexo selvagem aqui e agora. Não me importo se sua família está tomando café da manhã lá em baixo. Doutor Augusto vai ficar um pouco assustado quando começar a escutar nossos gritos. - a essa altura, meus olhos já estavam bem abertos e ao perceber que ele havia acabado de falar, ergui minha cabeça e lhe lancei um olhar incrédulo.

O FILHO DO AMIGO DO MEU PAI - DECISÕES - LIVRO 03 (RASCUNHO)Onde histórias criam vida. Descubra agora