Capítulo 17

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A única coisa que passava por minha cabeça naquele momento, era de que eu só podia estar sonhando ou delirando. Tentei até lembrar se havia bebido algo antes de todas aquelas pessoas chegarem, mas logo acabei me dando conta de que não bebia, por isso pisquei dezenas de vezes e semicerrei os olhos ao encarar Samantha ali, parada na minha frente, ainda com seu sorriso estampado no rosto, parecendo se divertir com minha reação que, aliás, era de total choque.

- Sabe, esses saltos estão me matando, então trate logo de ter alguma reação antes que meus dedos encham de calos! - ela praguejou, fazendo com que eu inflasse todo ar que podia e em seguida o soltasse.

- Samantha! - quase gritei, sentindo as lágrimas tomarem conta imediatamente de meus olhos enquanto dei passos largos em sua direção e a agarrei, abraçando sua cintura tão forte, que ela deu um gritinho e em seguida gargalhou, retribuindo o abraço e me agarrando pelo pescoço.

- Feliz natal maninho! - ela sussurrou no meu ouvido, enquanto eu ainda a apertava fortemente com meus braços e fechava os olhos com força, numa tentativa de contar o aperto que sentia no peito. - Você está chorando? - Samantha perguntou depois que funguei em seu pescoço. Sacudi a cabeça ainda sem largá-la. - Gui? - ela me chamou novamente, mas continuei em silêncio, pois não queria abrir os olhos e soltá-la. Estava com medo de que aquilo fosse apenas uma ilusão, que estava apenas delirando e minha melhor amiga não estava de volta. - Se você não me soltar, juro que vou chorar e você não vai fazer isso comigo, ok? Você vai fazer com que eu borre toda maquiagem e que minha chegada triunfal vá por água a baixo. - ela disse, fazendo com que todos rissem de seu comentário, mas eu apenas suspirei e me afastei apenas o suficiente para que pudesse olhá-la nos olhos, e quando isso aconteceu, mordi os lábios com força, pois havia de dado conta de que não era nenhum ilusão ou delírio. Ela estava realmente ali. Samantha tinha voltado!

- Como...? Porque... porque não me avisou? - perguntei, limpando minhas lágrimas novamente e tentando inutilmente me fazer mais forte. Samantha apenas sorriu e fez o mesmo que eu. Limpou suas lagrimas de um jeito que não borrasse toda sua maquiagem.

- Acha mesmo que eu voltaria sem armar algo para te surpreender? - ela perguntou, respirando fundo e sacudindo suas mãos, como se estivesse tentando manter o controle. Só aí me dei conta de que Samantha parecia tão emocionada quanto eu. Por isso lutei contra o impulso de agarrá-la novamente e gritar de alegria. - Não vai nos convidar para entrar? Quando foi que ficou tão mal-educado? - ela perguntou, agarrando o braço do loiro que estava ao seu lado, e que pela primeira vez, havia me lembrado de sua presença. Passei os olhos por ele de cima a baixo e então voltei a encará-lo. Em seguida, desviei os olhos para as mãos de Samantha, que estavam agarradas ao braço do cara. Então mais uma vez voltei a olhá-lo no rosto. - Você está deixando ele com vergonha! - acusou Samantha, fazendo com que eu piscasse algumas vezes e então percebesse finalmente que seu namorado estava trocando insistentemente o peso de suas pernas.

- Oh... Hum... Desculpa! - falei, me sentindo um pouco constrangido com aquilo. Samantha deu um risinho sacana e então quase cantarolou ao falar para o gringo.

- Baby, esse é o meu irmão, e Gui, esse é o Luke! - disse Samantha, fazendo com que eu a fuzilasse com os olhos. Ela encolheu os ombros e entendeu muito bem o recado. Nunca havia a visto tão melosa, e antes de apertar a mão de Luke, arrisquei uma rápida olhada por cima do ombro, a tempo de ver Felipe dar um sorriso malicioso e baixar o rosto em seguida.

Baby!

- Tudo bem? - perguntei ao apertar a mão de Luke, que ainda parecia um pouco envergonhado com a situação. Seus olhos iam o tempo todo por cima de meus ombros, e ao olhar na direção em que ele olhava, me dei conta de que todos ainda estavam ali, nos observando. - Entrem! - falei, lançando mais um olhar significativo para Samantha que fez uma careta ao passar por mim e então entrou no apartamento, acompanhada por Luke, que logo ficou para trás depois de sua namorada correr feito louca em direção a Gustavo, o agarrando em seguida e enchendo-o de beijos enquanto o mesmo ficava completamente vermelho. - Já se acostumou? - cochichei para o gringo, que virou o rosto para mim e então abriu um largo sorriso.

O FILHO DO AMIGO DO MEU PAI - DECISÕES - LIVRO 03 (RASCUNHO)Onde histórias criam vida. Descubra agora