14- feriado

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Dia de ações de graça finalmente chegou, os dias passam tão rápido que falta tão pouco pra mim se tornar uma médica, a cada dia que passa eu fico mais indecisa sobre minha decisão, dês do dia em que perdi o paciente eu fiquei em dúvida de fazer medicina de emergência, fiquei tão sentida com a morte que perdi a coragem que tinha.

- Anabela! - ouvi a voz de connor e então sai do meus pensamentos olhando pra ele que está na minha frente tomando café.

- ah? - eu olho pra ele esperando que ele diga algo.

- eu perguntei no que está pensando? - eu sorrio sem graça bebendo o suco.

- sabe que pode me contar tudo, confia em mim. - eu suspira frustrada e me aproximo da mesa.

- não sei se quero fazer medicina de emergência. - ele meio que me olhar surpreso e nega.

- bela, você perdeu um paciente, e isso faz parte da vida de um médico, eu já perdi tantos e pensei como você. - fala e eu sorrio com os lábios pra ele.

- pense melhor, isso é seu sonho. - eu confirmo e arrumo o cabelo pra trás.

- vamos esquecer esse assunto, vamos se concentrar no nosso Dia, hoje é dia de ações de graças, vamos ao orfanato não se esqueça! - ele confirma e levanta da mesa levando as coisas para a cozinha.

- mas antes disso! - disse e ele me pega no colo e eu solto um grito pelo susto.

- antes um banho! - ele fala e nos guia pro banho.

Nos arrumamos e fomos pro orfanato, no caminho rimos muito juntos, e conversamos sobre coisas aleatórias, eu sempre sorria pra ele mas dês do dia em que perdi meu paciente, só penso nisso.

— cala boca! — eu falo alto ao olhar o grande prédio.

— oque? — ele se vira pra mim tirando do porta malas o kit de primeiros socorros que vamos usar no orfanato.

— é que eu costumava a falar cala a boca, como uma expressão de surpresa. — ele meio que fica raciocinando oque eu acabei de falar.

— deixa pra lá amor! Vamos! — digo e seguimos juntos pra dentro.

Seguimos para o orfanato, ao chegamos a recepcionista nos encaminha pra sala aonde começamos a vacinar as crianças.

Depois de um tempo eles colocam uma música pra animar um pouco, eu acabo me animando e acabo dançando com elas, enquanto connor ia no andar de cima. 

Mal percebo, quando me viro vejo connor de braços cruzados e sorrindo pra mim, jogo o cabelo pra trás e sorrio boba por mesmo.

Depois de acabamos tudo no orfanato, voltamos pro carro.

— o que acha que almoçamos fora? — diz connor

— gostei da ideia! — falo pra connor que me da um selinho.

— ME AJUDA! POR FAVOR! — me viro em direção ao grito e encontro uma mulher com a mão no abdômen, parece que levou um tiro.

— AI MEU DEUS, CONNOR VOU PEGAR A MALA! — grito pra connor, me viro pra pegar a mala mas tiros começam a ir em nossa direção.

— ANABELA PRO CHÃO! — grita connor me jogando pra trás do carro e coloca o corpo sobre mim, os tiros param aos poucos, connor se levanta e me ajuda a levantar.

— você tá bem? — diz connor passando a mão sobre meu rosto.

— estou, e você está bem? — ele concorda e nos levantamos ainda com receio, olho ao redor e muitas pessoas começam a sair de trás dos carros.

𝑪𝒉𝒊𝒄𝒂𝒈𝒐 𝑴𝒆𝒅 (revisando)Onde histórias criam vida. Descubra agora