011| girlfriend?

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Barcelona, Espanha
ᶠᵉᵛᵉʳᵉⁱʳᵒ ᵈᵉ ²⁰²²

PABLO GAVI

— Sei que está me ignorando. — comento ao ver a loira saindo de sua casa.

— Não, não estou. O mundo não gira em torno de você. — revira os olhos, vindo ao meu encontro.

— Eu até acreditaria, se você não tivesse saído logo depois de eu ter aberto o placar. — sorrio convencido.

Leanna toma a sacola de lixo das minhas mãos, abrindo-a e recolhendo algumas coisas que estavam jogadas por ali. Nossas horas de trabalho comunitário não estavam nem perto de terminar e confesso que agora já não é tão ruim.

— Gabriella é muito iludida, não acredite nas coisas que ela fala. — continua, desviando o olhar.

— Não foi a Gabbi quem me contou, mas isso não vem ao caso. Temos uma aposta. — digo enquanto recolho algumas latinhas que estavam perto da porta.

— Eu não firmei aposta nenhuma contigo. — o verde de seus olhos se intensificam quando ela volta a me encarar.

— Sim, você fez. Não seja uma desistente. — me aproximo, mas ela sai andando na frente.

— Não sou uma desistente, mas não concordei com a aposta. — posso ouvi-la bufar ao recolher os lixos pelo caminho.

— Você precisa se alimentar direito se quiser ao menos sobreviver até o próximo ano. — digo, voltando a me aproximar.

— Não diga o que eu devo ou não fazer. — Leanna me acerta com o saco preto e cheio de lixo que estava em suas mãos.

Lea! — esbravejo, agarrando seu braço.

— Se você se importasse de verdade, não estaria tentando me convencer a frequentar uma nutricionista. Estaria cuidando dos comentários maldosos de seus fãs, que estão por toda Internet. — a loira olha no fundo dos meus olhos, pude perceber que a barreira estava desmoronando.

— Do que você está falando? — pergunto confuso, soltando-a.

— Deve ser muito bom ser o rei intocável, não é, Pablo? Me diz como é ter pessoas que realmente se importam com você, que dariam a vida pela sua. — o amargor em sua voz se faz presente, ela evitava chorar, mas seus olhos diziam por si mesmos.

E trouxeram o assunto à tona novamente. O karma deve ser realmente uma vadia, porque olha, o que eu estou vivendo não é nada aceitável.

— Você acha que é muito fácil para mim também, não é? Me diz como é poder chegar perto de outras pessoas e firmar relacionamentos sem que tenha alguém para ditar o que deve fazer, assustando todos com quem você se envolve porque acham que tem o direito sobre você. — retruco na mesma veracidade.

Eu também sei jogar, Leanna.

— Está realmente querendo comparar os ataques que eu venho sofrendo com as suas necessidades de ter alguém? — solta uma gargalhada sufocada.

— Ambos são causados pelas mesmas pessoas, não? Pois então, tô no meu direito.

— Exatamente, suas fãs obcecadas! Seja homem e faça algo pra resolver essa merda. — joga a cabeça para trás, escondendo o rosto entre as mãos.

— Se eu pudesse, já teria feito. Mas você sabe como ninguém, que não é assim que se resolvem as coisas quando se é uma pessoa pública. — observo seus movimentos como se estivesse em câmera lenta.

— E você disse que se importava. — ela volta a rir, mas não estava realmente rindo, estava sufocando as lágrimas.

— E eu não menti em momento algum. Nós vamos até o centro de treinamento. — digo ríspido, fazendo-a me encarar de novo.

𝙈𝙄𝘿𝙉𝙄𝙂𝙃𝙏 𝙍𝘼𝙄𝙉, pablo gavi.Onde histórias criam vida. Descubra agora