018| bad liar

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Barcelona, Espanha
ᶠᵉᵛᵉʳᵉⁱʳᵒ ᵈᵉ ²⁰²²

PABLO GAVI

Não faz muito tempo que saímos do hospital e viemos para minha casa, resolvi aproveitar que minha família está viajando e trazê-la para cá, assim sei que ela não vai cometer nenhuma loucura.

Nala é quem nos recebe, pulando pela sala toda.

Depois que chegamos, Leanna corre até o andar de cima, procura o meu quarto e assim que o encontra, ela agarra um dos travesseiros junto ao peito e mergulha o rosto nele, fazendo um estrago de rimel e gloss na fronha.

Odeio ver pessoas chorando, odeio ver pessoas próximas a mim chorando, odeio ver Leanna chorando e me odeio mais ainda por não poder fazer nada por ela. Nunca gostei muito da velha, mas não posso ser egoísta ao ponto de ignorar o fato de que ela é tia avó e quem cuidou da Lea por muito tempo.

— Acho melhor você tomar um banho enquanto eu preparo algo pra gente comer. — digo ao parar ao lado da cama, tirando o travesseiro de suas mãos e jogando-o para o lado.

— Eu não quero incomodar, estou bem aqui. — ela limpa o nariz com a manga do cropped que está usando.

Semicerro os olhos, fazendo uma careta.

— Você me incomodou quando me ligou, vai logo tomar um banho. — cruzo os braços e a encaro.

— Você é tão ridículo. — ela me olha incrédula, seu choro se intensifica.

— Não foi o que eu quis dizer.. Eu só não sei lidar muito bem com tudo isso. — me sento ao seu lado, acariciando seu cabelo.

— Eu vou, mas é só porque não quero olhar pra sua cara agora. — Leanna suspira e se levanta, indo até o meu banheiro.

— Me deixa te ajudar pelo menos.

— Estou triste, mas ainda posso bater em você. — diz antes de fechar a porta.

Deixo que ela tenha um tempo para si, mas evito que tranque a porta, na dúvida de acontecer algo. Ela ainda é a Leanna, o que implica em não ser muito certa das ideias.

Desço até a cozinha, na esperança de encontrar algo pronto para comer. Nala me acompanha, subindo em cima do sofazinho e abanando a cauda dourada. Abro os armários, procurando por qualquer coisa que seja, a geladeira está vazia e não encontro nada no fogão.

Sou um ótimo jogador de futebol, mas como cozinheiro..

— Quem é a garota? — uma voz feminina questiona, me assustando.

— Você quer me matar do coração? — levo as mãos ao peito, respirando fundo.

— Eu te avisei que iria hoje a noite, mas não é como se você me desse ouvidos. — Aurora revira os olhos e se escora no balcão.

— Quando disse hoje a noite, imaginei que fosse 8 horas e não 11. — esbravejo, abrindo o forno.

— Você ainda não respondeu a minha pergunta, Pablo. — cruza os braços. — Que história é essa de trazer garotas aqui quando não estamos em casa?

Aurora, da um tempo. A Leanna é nossa vizinha. — resmungo ao colocar a lasanha que achei no forno em cima da mesa.

— Você tá ficando com a nossa vizinha? — grita assustada.

— Por Dios! Fique quieta! — corro até ela, tampando sua boca. — Estou ajudando uma amiga, só isso.

— Amiga desde quando? E porque ela tava chorando? Juro que se você fez mal pra ela, arranco suas bolas. Não foi assim que eu te ensinei a tratar uma garota. — Aurie questiona séria.

𝙈𝙄𝘿𝙉𝙄𝙂𝙃𝙏 𝙍𝘼𝙄𝙉, pablo gavi.Onde histórias criam vida. Descubra agora