𝙈𝙄𝘿𝙉𝙄𝙂𝙃𝙏 𝙍𝘼𝙄𝙉, pablo gavi.

029| change my mind

Barcelona, Espanha
ᵐᵃʳᶜ̧ᵒ ᵈᵉ ²⁰²²

PABLO GAVI

Burrice. Essa é a palavra que melhor resume o que estou sentindo agora. Eu fui um idiota em acreditar que aquela mulher poderia se voltar contra seu pai, mesmo que por uma causa maior. No fundo eu deveria saber que Leanna só se importa com o próprio umbigo.

Vê-la subir naquele palco ontem, toda radiante e sorridente, como se não tivesse descoberto um possível segredo bombástico minutos antes, me deixou indignado e um tanto quanto enfurecido. Uma mulher poderia perder um tempo desnecessário na cadeia por algo que os Eynards podem ter armado e tudo o que Leanna fez, foi ignorar.

Isso foi o suficiente para me fazer arrumar as malas e voltar para Barcelona no mesmo segundo. Ela fez sua escolha e eu estou fazendo a minha. Não irei varrer tudo para debaixo do tapete e fingir que nada aconteceu. Vou até o fim para provar que essa família é suja, e não vai ser um sentimento que vai me fazer recuar.

Levanto da cama e coloco um pouco de comida para Nala, que me enche de beijos enquanto afago seu pelo dourado. Meus pais estão na cozinha lendo seus respectivos jornais matinais e tomando o café da manhã.

— Bom dia. — deposito um beijo no topo da cabeça da mamãe antes de me sentar. — Achei que estivessem no trabalho já.

Me sirvo com um copo de achocolatado e algumas torradas.

— Dia de folga. — papai diz dando um longo gole em seu café. — Posso saber onde o senhor estava ontem?

Engasgo com sua pergunta, precisando de alguns segundos para voltar a raciocinar. Limpo o canto da boca com a mão e então começo a pensar no que responder.

— Eu fui.. ajudar uma amiga. — concluo antes de dar outro gole no achocolatado.

— Querido, nós conhecemos todas as suas amigas e elas são inexistentes. — minha mãe me encara sorridente pela borda da xícara, colocando a mão direita sobre meu ombro.

— Como? — pergunto indignado.

— Se você estiver transando com alguém por aí..

Como se não existisse hora melhor, Pedri e Ferran passam pela entrada da cozinha.

— Mãe! — alerto-a.

— Não, veja, eu realmente aprecio isso. Mas por favor, use camisinha, eu não preciso de netos agora. — ela sorri docemente.

Encaro meus amigos do outro lado da mesa, os quais estão se segurando para não rir.

— É, você sabe, camisinha e tals. É importante. — Pedri começa, já rindo.

— Sim sim, e tem todo aquele negócio de DSTs, melhor se previnir. — Ferran engata, também rindo.

Eu vou matar esse dois.

— Sem sobrinhos, hermanito. — Aurora me dá um beijo na bochecha, antes de se sentar.

— Chega! Eu odeio todos vocês! — me levanto rapidamente, na tentativa de encerrar o assunto.

Nos despedimos de meus pais e minha irmã antes de arrastar os dois marmanjos para fora da cozinha, evitando que eles manchassem minha imagem mais do que já estavam fazendo.

— Vocês são dois idiotas. — murmuro ao me jogar na minha cama.

— E você tá comendo sua vizinha. — Ferran consegue dizer antes que o travesseiro atingisse sua cara.

— Não tô comendo ninguém. — o pequeno sorriso surgindo em meus lábios não pode ser contido a tempo.

— Ainda. — é a vez de Pedri.