chapter 14.

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Wanda M.

Me sentei na cama por impulso ao acordar de um dos piores pesadelos de toda a minha vida.

Abracei meu próprio corpo sentindo minhas mãos tremerem, me encolhi mais mas o quarto parecia encolher junto me prendendo com a memória recente do pesadelo. Me soltei para secar minhas lágrimas que insistem em continuar escorrendo teimosamente, minha respiração está se recusando a regular fazendo o exato oposto.

Eu preciso sair daqui mas sinto que minhas pernas vão fraquejar e me deixar na mão se eu tentar.

Tentei chamar sexta-feira mas som algum saiu da minha boca.

Merda.

Eu não consigo respirar, abri a boca tentando puxar o ar para os meus pulmões mas ele saía antes que eu pudesse sentir algum alívio.

Natasha.

Fechei os olhos me forçando a mexer minhas pernas levantando mas assim que o fiz cai de joelhos sem aguentar o peso do meu próprio corpo.

Levantei voltando a abraçar meu próprio corpo tentando acalmar minha respiração, dei um passo para frente ainda de olhos fechados então os abrindo continuando a andar em passos lentos e receosos.

Para pensar.

Pare de pensar.

Só faça.

Eu sei respirar.

Ande.

Não sei para onde estou indo mas meu corpo parece saber de alguma forma.

Eu consigo.

Eu consigo.

Pare de chorar.

Idiota.

Pietro está morto.

Eu quero meu irmão.

Eu quero voltar no tempo.

Quero voltar a cinco dias atrás quando estava com Natasha no shopping, segura.

Mantive meu olhar no chão ouvindo apenas minha respiração desregulada e o meu coração acelerado.

Após minutos que pareceram horas olhei para cima encarando a porta, levantei a minha mão fechada em punho em direção a madeira dando duas batidas.

Isso não vai funcionar.

Ela não vai me ouvir.

Isso é burrice.

Burra, eu sou burra.

Mas alguma coragem restou então retornei a bater dessa vez com mais força ignorando minhas mãos ainda trêmulas.

Ela vai ficar tão brava, Natasha vai ficar tão brava comigo por acordar ela, vai brigar comigo. Eu não quero que ela brigue comigo.

Voltei a secar minhas lágrimas e então bati novamente na porta e dessa vez ela foi aberta, não me dei tempo de olhar para ela.

Apenas me joguei em seus braços, a abracei com força pressionando meu corpo contra o seu em busca de conforto, algum alívio.

Por um instante ela esteve imóvel mas então me abraçou de volta sem fazer qualquer pergunta.

Quando ela passou a acariciar minhas costas eu me senti desabar mais ainda chorando sem conseguir fazer qualquer barulho, apenas sinto dor. E ela está escorrendo pelos meus olhos em forma de lágrimas e uma angústia que envolve meu peito me sufocando.

Agarrei o tecido da sua blusa como se isso pudesse me salvar. Como se Natasha fosse o último bote salva vidas em Titanic.

_ está tudo bem - a ouvi dizer, o som parece tão distante mas ainda trás algum conforto porquê acredito nela. - Wanda - me chamou em um tom suave mas eu continuei calada, escondi meu rosto no seu pescoço mesmo que estivesse com dificuldade para respirar.

I need you - WantashaOnde histórias criam vida. Descubra agora