CAPÍTULO 15

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Acordei no meio da noite com a cabeça estourando, com certeza foi o pequeno gole de vinho que Hadria me fez tomar.

Levantei na intenção de ir na cozinha procurar algo para fazer passar essa dor, mas eu não sabia nada sobre chás ou remédios, era sempre Zanya quem cuidava dessas coisas, mas não ia chamar ela, pois estava dormindo pesadamente ao meu lado.

Desci mesmo assim, alguma coisa eu ia achar.
     
O castelo estava vazio, sem guardas, sem mordomos, serviçais ou até mesmo os pequenos animais que entravam pelas portas dos fundos. Mas cuidei para não fazer barulho, não queria mais nenhum nariz machucado e nem tendo que aguentar a dor de colocá-lo no lugar.
      
Ainda bem que o castelo era rodeado de vidraças, a lua iluminou bem todos os lugares e pude ver onde estava pisando.

Pra que tantos corredores? Por que tantas escadas? Olha essas portas, enormes e tem por todo castelo.

Era tudo o que pensava, e torcendo para ser inteligente o suficiente para achar algo que aliviasse a dor de cabeça. Óbvio que não encontrei, tudo que pude fazer era respirar fundo, ficar parada e ir dormir.  
     
Na volta, passei pelo corredor onde fica o escritório de Pierre.

A porta estava entreaberta então resolvi ver se Pierre estava lá. Mas tudo o que encontrei foi uma pilha de papéis em cima da mesa, uma xícara de chá pela metade, seu paletó jogado na poltrona e sua gravata pendurada em um cabide.
     
Aquele lugar me trouxe ótimas sensações, era como se eu estivesse vivendo novamente aquele momento, senti um arrepio.

Meu primeiro pensamento foi sair dali logo, imagino que Pierre não ia voltar mesmo, mas a minha curiosidade gritou, dizendo para mim olhar os papéis jogados.
     
Não encontrei nada demais, como já havia imaginado, apenas coisas sobre o reino, os aliados, pedidos de compras de algumas partes do reino e… cartas? Cartas do reino o qual visitaria daqui a pouco.

      " – Por que vai às mandar pela floresta? Não sabes que é perigoso?
        – Eu sei sim, mas quero testar as garotas, ver até onde vão com seus poderes e se são firmes."

     É Pierre falando com o rei do lugar que vamos? Me fiz a mesma pergunta, por que nos mandar pela floresta se ele já conhece e se dá bem com as pessoas de lá? E o que teriam conversado em relação a isso, o rei sabe o que vamos fazer?
 
        " – Não as canse tanto, quero que estejam vivas e inteiras para enfrentar os problemas daqui. Os ataques ficaram perigosos, as pessoas já não se sentem mais seguras como antes. Por isso pedi para que você mandasse alguém do seu reino, confio que mandará sua melhor equipe.
         – Com certeza meu amigo, as garotas que vão são de minha total confiança. A princípio iria apenas uma mulher, ela era a rainha do Reino das chamas. Mas ela insistiu para que suas amigas fossem juntas, como sabemos da situação, aceitamos. Espero que não se incomode, Conrado.
        – Não vejo problemas, será muito melhor assim. Diana está desolada, não vê a hora de seu reino se reerguer, e imagino que ela vá ficar feliz em ver a rainha do Reino das chamas. Precisa de alguma outra rainha para ouvir suas opiniões sobre reinos. Mas, me conte sobre Darren, seus guerreiros já o encontraram? Quando me mandou aquela carta me pedindo ajuda sobre o assunto, mandei meus guardas irem para a floresta, estão todos à procura. Pararemos com um sinal seu.
        – Não o encontramos, talvez ele tenha algum informante aqui dentro, afinal, meus guardas estão sempre vigiando por todos os lados, mas não encontram nada."

        Pierre sabe sobre Darren.
    Por que ele não me falou nada? Por que escondeu-me?

A carta acabava na última fala de Pierre, o que me fez olhar carta por carta procurando por uma continuação. O restante era de contas, empréstimos, pedido de desculpas.
     – Ah, finalmente – soltei sem querer. Coloquei as mãos na boca e me xinguei mentalmente.
    

Coroa de Sangue: Uma Vingança | Livro 1 Onde histórias criam vida. Descubra agora