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Capítulo 6: Conhecimento prévio

Com o passar das horas, Soobin fora percebendo o quão Yeonjun era brincalhão com quem lhe apresentava confiança, mesmo que momentaneamente. Ele gostava de soltar piadas em momentos inoportunos, debochava sem a menor descrição e ainda tirava onda com a cara de qualquer pessoa. Porque ele simplesmente era daquele jeito e ninguém ia conseguir mudar isso.

E reparava nesses pequenos grandes detalhes sentado do outro lado da mesa, apoiando a cabeça em uma das mãos e observando seus pais conversarem com o garoto para saberem de mais detalhes sobre a suposta "briga" que Soobin conseguiu arranjar com menos de três semanas de convivência no novo colégio. Claro que ele não tinha "arranjado" confusão porque não era de seu gosto esses tipos de conflito; até buscava ficar longe de qualquer coisa que envolvesse seu rostinho lindo cheio de hematomas, mas era isso que os mais velhos não entendiam.

Após isso, Ara pediu para que os dois garotos fossem para o quarto, pois iria conversar com seu marido sobre quais providências deveriam tomar ao mesmo tempo que faziam o jantar. O filho caçula da família junto com a menina do meio estavam na escola, e chegariam mais tarde.

De início, Yeonjun rejeitou a ideia, dizendo que deveria ir para casa, já que não queria incomodar, porém foi quase que automático ceder ao pedido da mulher mais velha e ouvir o bufar do rapaz que tinha um saco de gelo em uma das pernas. Se estava ali, por que não aproveitava um pouco? Soobin era alguém arrogante e desprezível que merecia um pouco mais de sua presença, então daria isso à ele.

Ajudou-o a chegar até o quarto e o largou em uma das camas, jogando o próprio corpo num tapete em seguida. Ficou o encarando por algum tempo, até vê-lo estalando a língua, com uma carranca estampada na face, como se quisesse devorar Yeonjun vivo. Se viu afrontado.

Yeonjun riu, pressionando os lábios e gemendo baixinho ao sentir a fisgada na bochecha que passava a inchar.

— Quero ver como vai explicar isso para a sua mãe. — Soobin decidiu alfinetar. — Aliás, do que está rindo?

— Dessa sua cara de merda. — respondeu sem nem pensar duas vezes. — E, não precisa se preocupar com isso, vou dizer pra ela que tive que salvar um marmanjo de dois metros hoje, porque ele não sabe se defender sozinho.

— A culpa não é minha se eu não estou acostumado a lidar com uns selvagens do tipo você, Yeonjun. — desdenhou, entortando o nariz e quase revirando os olhos ao perceber que não iria abalar a autoconfiança do outro tão cedo.

— Vai me dizer que na escola onde você estudava não tinha um pessoal que não gostava de você?! — dirigiu o olhar até ele, querendo arrancar mais informações.

Soobin se remexeu na cama, inquieto.

— Aquilo eram ladrões e não pessoas que "não gostam de mim". — fez aspas com os dedos, apertando ainda mais a bolsa de gelo contra a perna. — Todos gostavam de mim na minha antiga escola.

— Ou fingiam muito bem.

— Vai se foder. — apertou os olhos, indignado com o deboche exalando da face de bom moço que engana todos os pais da região que Yeonjun morava, e ainda mais. — Não tinha ladrões por lá, se você quer saber.

Não queria saber, mas agradeceu pela informação mesmo assim, irritando ainda mais Soobin que não sabia o que diabos ele ainda estava fazendo em sua casa.

— Como veio parar na minha escola?

Na mosca!

Pela cara que Soobin fez, não curtia muito falar sobre o assunto. Era incômodo lembrar os motivos que o faziam estar no local que se encontrava no presente instante, porém achava que não devia ser segredo para ninguém. Há tempos não conversava sobre aquilo, e talvez Yeonjun fosse a pessoa mais irrelevante para se esconder um tópico que fugia de tudo o que ele já conhecia.

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