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Capítulo 4: Nervos à flor da pele

Se Soobin achava que estava num estado inacreditavelmente desesperado enquanto tentava encontrar suas roupas em todos os cantos possíveis daquele maldito quarto, ele ainda não conhecia o sentimento de ver Kai andando de um lado para o outro sem parar, com as mãos nos cabelos — puxando-os para trás —, tentando pensar em alguma forma de se livrar daquele encosto que batia na porta incessantemente. Ele estava branco como se houvesse acabado de ver um fantasma, temia como o inferno seja lá o que fosse, já que Soobin estava impossibilitado de entrar num consenso com ele — e até consigo mesmo — sobre o que poderia tê-lo assustado tanto.

Soobin sabia precisar ir embora, afinal tinha deixado Yeonjun o esperando em algum lugar com a promessa de que logo estaria de volta, sendo que... fazia até que bastante tempo que tinha dado um jeito de se enfiar naquele quarto. E só melhorava. Não que se importasse, de qualquer forma, o garoto do seu bairro não possuía nenhuma relevância e só o acompanhou porque ficou cheio de complexos ao imaginar apenas Wooyoung e Soobin na droga de um transporte coletivo.

Calçou os sapatos de Beomgyu e vestiu a blusa que ele havia tirado sem ninguém se dar conta, num segundo seguinte desejou que ele simplesmente desaparecesse da cama de casal onde ele se encontrava coberto pelos tecidos finos dos lençóis. O rapaz cheio de tatuagens escondidas e piercings não estava disposto a mover um músculo do lugar, só queria dormir e se encontrava embriagado demais para tomar uma atitude sensata.

Soobin só se deu conta do motivo para tanta afobação por parte de Kai, quando a porta foi aberta. Seus olhos arregalaram-se, o coração acelerou dentro do peito e desejava sumir ao ter o olhar de asco do outro sobre si.

Ali estava San segurando a mão de uma garota, com uma expressão incrédula, que se assemelhava a um vulcão prestes a entrar em erupção. Seu rosto estava tão vermelho, que Soobin duvidou da existência de circulação de sangue pelo resto do corpo por este estar todo concentrado ali. Não precisou se mover muito do lugar para enxergar Yeonjun atrás de San claramente irritado.

Primeiro... se San estivesse com uma arma, uma bala estaria enterrada bem no meio da testa de todos dentro do quarto.

Ele abandonou a palma da garota negra que o encarava sem entender, colocando os dedos na testa antes de puxar os cabelos para trás. Soltou todo o ar que existia dentro dos pulmões, sentindo-os queimar.

— Eu não acredito... — sussurrou como se conversasse consigo mesmo, girando os olhos em direção a Kai. — Não acredito que fez isso! Não acredito no que eu estou vendo! — gritou, assustando ainda mais a moça que se afastou em passos desengonçados. — Porra, vocês são uns... Ainda no meu quarto? Na droga do meu quarto!? — ficou torpe, o corpo inteiro tremia pela intensidade de sua raiva.

— San, se acalma... — Kai tentou falar. — Acho que você está entendendo errado.

— Cala a boca! — mandou, engolindo em seco, a voz tremendo. — Eu não quero ouvir sua voz, não quero falar com você. — andou até Soobin, parando logo em sua frente. — Vocês são nojentos. — concluiu. — E eu não te convidei pra entrar dentro da minha casa. Você não foi convidado! — encarou dentro dos olhos surpresos de um Soobin sem ação. — Sabe por quê? — sorriu debochado, mesmo que seus lábios se entortasse automaticamente, demonstrando o quanto estava desmoralizado. — Porque você é um fracassado. Um falido de merda que não vale nada. Ouviu, Soobin? Você é um lixo.

— San... — não sabia o que dizer, só sentia vontade de manter a cabeça baixa, como se realmente houvesse feito algo de errado e merecesse ouvir palavras tão ásperas. — Tem como você parar de gritar feito um maluco!? Não aconteceu nada demais aqui, deu pra entender?

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