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Capítulo 5: Lidando com a escola pública

Yeonjun cruzou os braços, bufando enraivecido e desviando os olhos de Taehyun, que tentava a todo custo não demonstrar o quão descontente estava. Quer dizer, ele só não estava tão insatisfeito quanto o próprio Yeonjun.

Se a vida não lhe dá nem limões, não se pode esperar uma limonada dela. Taehyun concluía com as duas mãos sobre os cabelos negros, as unhas em tamanho médio cravando-se levemente na pele que, de alguma forma, tentava descontar o nervosismo. Logo afastou a cadeira da mesa, bufou e olhou para trás onde Wooyoung estava, fumando, o fuzilando ali mesmo.

— Olha para onde você mandou o Yeonjun, seu idiota! — quase gritou, irado, apontando em direção ao mais velho, mas querendo mesmo era dar uns bons tapas nele. — Tem noção que algo muito ruim poderia ter acontecido?

— Eu nem lembro direito disso. Não conseguia pensar em mandar ele não ir, a minha cabeça simplesmente não funcionava. — abaixou a cabeça, chateado. — Me desculpa, Yeonjunie.

Yeonjun nem estava muito preocupado, pra falar a verdade. Era passado, tinha até superado e conseguia deitar a cabeça no travesseiro sem pensar que queria muito atirar Soobin Choi da Golden Gate Bridge.

— Ah, eu não acredito mesmo que depois de você ainda tentar ajudar esse filho de uma... dama da noite, ele te tratou desse jeito. — Taehyun estava revoltado. — Sinceramente, se não fosse você que tivesse falando, eu nem ia acreditar.

Deitando a testa sobre os joelhos que estavam curvados por estar sentado na calçada, Yeonjun preferiu deixar aquele assunto de lado. Não que já estivesse arrependido de contar o acontecido da noite caótica na casa dos riquinhos — e todo o resto —, mas se sentia pelo menos tranquilo por saber que Taehyun não iria se bandear para o lado do Choi péssima pinta, coisa que Wooyoung não parecia expressar grande oposição.

Decidiram ficar sentados na calçada após o horário de trabalho de Taehyun e Yeonjun, os horários sempre combinavam e aquilo era uma grande ironia. Já Wooyoung estava na região, e não se importou de dar uma passada na rua para bater um papo com os amigos. Os dois se mostravam cansados, porém nunca era uma má hora para tagarelar até a língua cansar, fazendo jus aos dois amigos que eram — o mais velho era apenas um bônus adicional.

Na verdade, ambos pareciam mais irmãos do que tudo. E se existisse algo desconhecido em Yeonjun que Taehyun ainda não tinha descoberto, era demais. Se davam muito bem, sempre concordavam na maioria dos tópicos que tratavam e se apoiavam o máximo que podiam, enquanto Wooyoung apenas era o moleque neutro de toda a situação.

— Soobin não parece ser tão ruim assim. — tragou mais uma vez do cigarro, baforando em seguida e recebendo uma careta ainda mais irritada por parte de Yeonjun. — Ainda acho que Yeonjun está exagerando.

— É porque não foi você que ouviu aquelas coisas de gente babaca saindo da boca dele. — se remexeu. — Pra você é fácil falar.

— Você leva as coisas muito pro pessoal.

— Ele fala aquele monte de merda na minha cara, e eu não tenho que levar pro pessoal? — já estava alterado, e o sorrisinho irônico que o amigo acabou mostrando logo depois fez com que sentisse ainda mais indignação. — Ah, me poupe! Até parece que não escuta uma palavra do que eu digo.

De certo, Wooyoung não escutava. Yeonjun — quando resolvia falar — falava muito em um intervalo de tempo surreal, Wooyoung não conseguia compreender suas palavras e quando realmente permitia com que elas adentrassem um de seus ouvidos, saía pelo outro. Era um amigo presente, mas não curtia tanto isso de ouvir e dar conselhos; não era bom nisso... até porque, levava uma vida miserável.

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