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Capítulo 12: Lide com a realidade

Acalmar Beomgyu nunca foi, e nunca será, uma tarefa fácil. Contudo, Soobin com todo o seu jogo de cintura acabou conseguindo tirar a ideia de ir afogar as mágoas num bar qualquer da cabeça do garoto. Ao invés disso, foram até uma sorveteria, se acomodaram e acabaram conversando.

Soobin reconhecia o quão o melhor amigo era durão. Se fosse ele em seu lugar, estaria se acabando em um mar de lágrimas. O problema de pessoas "fechadas" é que a confusão, ao invés de ocorrer externamente — numa grande maioria ao menos era dessa forma — acontecia internamente e a catástrofe era ainda pior. O caos era ainda mais devastador.

Ele não falou muito além do jantar que seria obrigado a ir caso quisesse se livrar de sua mãe de uma vez por todas. Soobin não soube qual posição tomar, e acabou que só tentou o distrair pelo resto do dia. Era incapaz de resolver os problemas de uma das pessoas que ele mais amava, isso o fazia se sentir impotente e sem forças.

Quando retornou à sua realidade, sequer se importou em escutar todas as palavras provindas do sermão dos pais; ditavam o quanto ele era irresponsável e que não deveria tomar atitudes de forma abrupta, pois isso deixava ambos preocupados. Soobin só conseguiu pensar no quanto o mundo era realmente amargo.

Não importava para qual dos lados olhasse, todos teriam problemas.

Era desconfortável estar em sua própria casa após ter voltado a provar do luxo que estava acostumado desde quando nasceu, na casa de Beomgyu. Encarava seu quarto minúsculo, aquele bairro ridículo e pobre. Miserável.

O outro ponto era que queria poder excluir tudo o que corrompia Beomgyu. Por mais que ele fosse um rapaz de personalidade forte, corajoso e... ativista, ele era vulnerável e isso se tornava constante em sua vida a qual se assemelhava à um mar onde as ondas viviam quebrando e quebrando. O psicológico do garoto não era um dos melhores, e ele não tinha bem um apoio para conseguir se sustentar.

Ele possuía tudo.

E ao mesmo tempo, nada.

— A água acabou. — era a noite quando a filha do meio dos Choi invadiu o quarto para avisar ao irmão sobre o acontecido. — Nós vamos tomar banho no vizinho. — e, então, voltou a fechar a porta, sem sequer dar mais explicações.

Soobin bufou, irritado. Só queria dormir, ter uma noite de sono em paz. Aquela maldita casa vivia com problemas, já não suportava mais.

Se levantou com suas trouxas nas costas, soltando o ar mais uma vez antes de pisar fundo no chão, arrastando-se para onde sua mãe o esperava.

— A senhora Jan ofereceu ajuda.

— Desde quando nós precisamos de ajuda dos pobres? — não tentou demonstrar sensibilidade, pelo contrário, soou dez mil vezes mais arrogante do que realmente gostaria. — Eu não quero viver dependendo da ajuda dos outros.

— Meu amor, você precisa entender que estamos em um momento delicado e toda ajuda é bem-vinda. — ela sorriu tentando confortá-lo, passando a mão pelos cabelos escuros, afagando-o. — Sei que é difícil para você e para os seus irmãos, mas preciso que colaborem.

Como ela conseguia permanecer com o otimismo intacto? Era sempre daquela maneira, as coisas sempre poderiam "melhorar".

Isso irritava Soobin. Céus, como irritava! Estavam no fundo do poço, sem nada, absolutamente nada, e ela ainda conseguia sorrir e parecer bem.

Era injusto! Na casa de Beomgyu tinha tudo, na de Kai também. San morava em um palácio. Queria voltar a ser como eles, a ser uma pessoa digna de verdade.

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