Capítulo 7: Provocações em massa
A goteira no banheiro não deixava Soobin dormir. Ele já tinha apertado o travesseiro contra os ouvidos a fim de não escutar mais o ruído incômodo mais vezes do que poderia contar, rolou sobre a cama que não era de boa qualidade e bufou alto ao ver que nada do que fazia possuía algum efeito. Havia dormido a tarde toda depois do almoço, talvez fosse por isso que se encontrava sem sono. Uma chuva fina caía do lado de fora e existiam goteiras em diversos lugares daquela casa, que se encontrava caindo aos pedaços.
Se virou e encarou o teto, abraçado ao travesseiro e desistindo de ter uma boa noite de paz. Piscou algumas vezes, ouviu o ressoar da respiração tranquila de seu irmão mais novo e algumas palavras desconexas que saía da boca da irmã que era alguns anos mais jovem que si, e então decidiu que o certo mesmo era tentar relaxar.
Antes, sua mãe praticava meditação e falava sobre como funcionava assim que chegava em casa, porque era uma coisa que ela adorava. Fechar os olhos, limpar a mente e controlar a respiração.
Tentou fazer isso, apertou os olhos, passou a respirar mais devagar e compassadamente e... no momento que tentou limpar a mente, falhou miseravelmente. O rosto de Yeonjun estava muito bem presente ali.
A mão sobre sua coxa, os dedos percorrendo o tecido da calça, o sorrisinho arteiro e os olhos desafiadores... Ah, merda, isso são horas para pensar justamente nele?
Mas, hum, não podia controlar. Aquele pivete encrenqueiro o dava raiva, queria pegar a cabeça dele e socar contra a parede. Ele era irritante, gostava de provocá-lo e... Oh, céus, nem queria imaginar o que teria acontecido caso sua mãe houvesse notado a palma daquele indivíduo acariciando sua perna.
Soobin não era obrigado, beleza? Tolerava qualquer coisa, mas não aquele tipo de ousadia. Fez uma careta, abriu os olhos e desistiu da meditação. Alcançou o celular embaixo do travesseiro e notou já ser bem tarde. Era para estar no quinto sono e não pensando em formas de matar o garoto que morava a poucas casas da sua.
Para piorar, ainda teria de ver a cara dele no outro dia. Ah, onde foi que errou para merecer isso?
— Eu quero que alguém atire um pau de borracha bem na minha cara. — sussurrou aleatoriamente, meio grogue de sono. — Nada pode ser pior que pensar em Choi Yeonjun de madrugada, nada mesmo. — era uma conclusão. — Ele tentou abusar de mim hoje e ninguém fez nada. — soou irônico, se dando conta de algo. — E eu estou falando sozinho. — cobriu o rosto com as duas mãos. — Minha noite não pode ficar pior.
Um barulho alto mostrou que ele estava redondamente enganado.
Se havia alguém errado, esse alguém só poderia ser Soobin.
O choro agudo de seu irmão o obrigou a parar de ignorar o barulho que era extremamente alto. Meu Deus, a casa estava caindo da sala em diante... não era possível. Eonjin se levantou atordoada, encarando Soobin com confusão e ele pode ouvir o som da porta do quarto de seus pais sendo aberta.
Água passou a invadir o quarto, o som estridente não cessava e pensou mesmo que só poderia estar em um pesadelo. Saiu descalço da cama, mandando os mais novos continuarem no quarto. Notou que a água em grande quantidade tomava outras partes da casa.
— O que houve? — perguntou alarmado, arregalando os olhos e indo até o banheiro, vendo seus pais por lá.
— A calha estourou. — o patriarca Choi notificou irritado, encarando a parede de onde vazava. — Isso são horas, droga!?
Soobin não sabia qual era a parte pior de sua vida. Se era a calha estourada, a casa tomada por água ou assistir os vizinhos entrando nela. Era gente que ele nunca tinha visto, mas aparentemente o barulho incomodou-os também.
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TRUST FUND BABY | YEONBIN
Fiksi PenggemarEra do tipo que vivia em uma bolha que o impedia de ver a realidade o qual todos viviam. Pois, na verdade, seu mundo era diferente e, tipicamente o ideal para qualquer adolescente da sua idade. Após sua família falir, Soobin ganha a missão complicad...