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Capítulo 25: Abrupto

Roda-viva.

É extremamente complicado ter controle sobre a própria vida. Embora, nos tenha sido dado a vida — meramente sem qualquer explicação mais aberta, ou estimulante o suficiente para nos fazer compreender o motivo da existência humana em um mundo que, poderia ser mais bonito sem nenhum de nós —, não há controle sobre uma roda-gigante, que gira descontroladamente. O maquinário não tem completo controle de sua roda-gigante, por mais que ele esteja em uma cabine com todas os botões necessário para fazê-la seguir os seus comandos, ele pode perder o controle dela. É uma roda. E rodas, giram. Sem controle. Desgovernada. Sendo dirigida ou não, motorizada ou não, não se tem controle sobre algo que pode seguir o próprio caminho, pela própria estrada.

Soobin devaneava enquanto encarava o relógio. Uma das mãos estava no celular, e ele conversava com Kai que tentava superar um transtorno "insuperável", alternando com a caixa de mensagens na aba do contato de Beomgyu, que tentava o convencer de "fazer a coisa certa". Ele tinha sérias dúvidas sobre o que poderia fazer, e rapidamente teve sua resposta assim que sua mãe entrou na sala de casa. Aparentemente feliz. Soobin se perguntou como, no meio do caos, ela conseguia sorrir daquela maneira. Ficou a encarando à espera de uma resposta, e ela lhe disse que "misteriosamente" um bom advogado foi contratado por um anônimo, e ele cuidava do caso. Provavelmente seu pai não seria deportado, ao menos.

Não seria deportado, porém, havia grandes possibilidades de ficar preso.

— E quem está pagando o advogado? Ele é bom mesmo?

— Ele é ótimo. — serviu um copo de vinho branco barato para o mais novo, que aceitou com uma careta. Nunca beberia aquele vinagre que chamavam de vinho. Ela logo o virou, sem a menor classe. — E, como disse, não faço ideia de quem esteja pagando o advogado. É um anônimo, e nem o advogado pode me dizer. Mas, creio que ele poderá ajudar.

— Por que está tão feliz? — franziu o cenho. — Não está preocupada? Tem alguém que não conhecemos pagando por um serviço... que não é barato, se for bom. Não acha estranho? No mínimo, suspeito?

— Eu concordo em ser suspeito... e estranho. — disse. — Não tenho outra opção a não ser aceitar essa "ajuda". O seu pai pode ter feito um acordo com alguém.

— O papai... é um problema! — levantou abruptamente. — Ele sempre está nesses acordos estúpidos! O que será que ele deu em troca? As nossas cabeças?

— Eu sei que está bravo. Mas, ele ainda é seu pai. Tenha respeito ao falar dele. — respondeu rispidamente. — E, sei lá, Soobin! Acha que... tem como se importar logo com isso? Agora!?

— Deveria?! — exaltou-se, reverberando sua completa indignação em forma de ironia.

Soltando uma curta risada, Ara trilhou até um assento. Colocou uma mecha de cabelo atrás da orelha, e voltou a beber o vinho branco com um gosto tremendamente ruim. Seus olhos se ergueram até a figura hostil do filho ainda arvorado em sua frente, com as mãos na cintura.

— Ou aceitamos, ou morreremos na praia.

— Quer saber?! Eu mal consigo te reconhecer. Preferia morrer na praia do que aceitar a ajuda de um completo estranho.

— Seja lá quem for, poderá nos cobrar quando voltarmos a nos estruturarmos.

— Quando!? — gritou, furioso. — Quando, hein!? Quando o seu marido golpista resolver se meter em mais um crime? Lavagem de dinheiro, uh? — seu sorriu carregava escárnio.. — Sabia disso, mamãe?

— Soobin! É óbvio que não. Eu nunca concordaria com nada assim.

— Eu não sei se posso acreditar em você.

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