Quatro

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Choro pelas ruas enquanto ando sem rumo algum.

Aquela pergunta não parava de dançar pela ninha cabeça. Eles conseguiram minha atenção.

Já estava quase na hora do portão abrir para a hora de ir embora, precisava ir até a escola encontrar meu irmão, mas, onde eu estava?

Olho em volta limpando as lágrimas, eu ainda estava perto da praça, mas agora ela parecia começar a receber famílias com crianças, sem os drogados por perto.

— Você está bem? — A voz de uma mulher me assusta.

— An? Estou, estou sim — Respondo sorrindo para a mulher e sua filha pequena.

— Certeza?

— Sim, muito obrigada — ignoro suas outras perguntas e volto a andar, mas dessa vez ando para a escola.

Já havia pensado e repensado minha vida.

Em que momento eu vivi?

Por que eu ainda estou aqui?

Eu sou feliz?

— No que tanto pensa, fora da lei?

Me sinto confusa quando escuto a voz de Sadie atrás de mim. Limpo as lágrimas mais uma vez e forço a visão tentando ver se era realmente a ruiva.

— O que faz aqui? — Ela pergunta outra vez.

Eu não estava ficando doida, Sadie estava em minha frente, rindo confusa para mim.

— Eu... eu não sei — Deixo mais umas lágrimas caírem e acabo perdendo um pouco do equilibro das pernas.

— Wow, você tá bem? — A ruiva pergunta me segurando para que não caísse.

Levanto a cabeça e fico a encarando em silêncio por alguns minutos.

— Você é feliz, Sadie? — Pergunto vendo sua expressão ficar mais confusa ainda.

— Que papo é esse? — Ela me solta e olha ao redor.

— Esquece — Limpo meu rosto mais uma vez — O que você faz aqui?

— Eu moro aqui.

A ruiva aponta para uma casa atrás de mim, cinza e branca.

— Ah, que bom para você.

Ficamos em um silêncio constrangedor por poucos segundos.

— Tem um isqueiro?

— Por que você quer um isqueiro? Você fuma?

— Eu não sei.

— Você não está nada bem, o que aconteceu? — Sadie se senta na calçada e puxa meu braço para baixo, me fazendo sentar ao seu lado.

— Eu acho que estou um pouco cansada, sabe?

— Cansada do que?

— Eu não sei — abaixo a cabeça rindo.

— Você está dizendo isso mais do que deveria — Sink toca meu ombro me fazendo despertar.

— Eu sei — Rio mais uma vez, mas agora ela ri junto comigo.

— Você fica muito melhor sorrindo.

Ao notar suas palavras retiro sua mão do meu ombro e me afasto um pouco, constrangendo a garota.

— Desculpa.

— O que você disse? — Me viro rapidamente para a olhar.

— Desculpa?

Que a Igreja pegue fogo {SILLIE}Onde histórias criam vida. Descubra agora