Dezessete

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— Para onde vamos? — Pergunto pela milésima vez.

— Eu não digo — Sadie respondeu sorrindo travessa.

Estava na casa das Sink mais uma vez, Sadie insistia para que eu ficasse junto a ela sempre que possível. Ela me buscava na escola, ficava comigo na igreja, e chorava aos pés da minha mãe para que eu pudesse dormir aqui.

Minha mãe estava criando o hábito de me deixar com a ruiva, ela é inteligente, bonita e é dá igreja, certamente meus pais confiam muito nela, sempre me dizem quão boa a influencia dela é.

E Finn não está muito longe disso, ele se diverte quando ela aparece lá em casa, se intromente nas nossas conversas e invade meu quarto durante a noite. Eu tenho vários motivos para me irritar com isso, mas Finn tem apenas doze anos, é uma criança, não posso ser igual meus pais que apontam o dedo no rosto e enfatizam seus erros.

Sadie também parece não se importar com essa nova amizade com meu irmãozinho - por mais que ela seja quase quatro anos mais velha - meu coração se aquece vendo meus dois amores se dando bem.

Eu definitivamente evolui meu sentimento pela ruiva. Eu não queria aceitar, não queria admitir e não queria sentir, mas o que eu posso fazer? Aqueles olhos me fisgaram e aquele sorriso me rendeu, tudo nela havia me feito querer provar um pouco mais dela.

— No que tanto pensa? — Ela se senta ao meu lado na cama e me abraça de lado.

Estar em contato com ela me arrepiava sempre, eu espero que ninguém tenha percebido.

— Nada de interessante — Dou de ombros.

— Não vem com essa, tudo que você pensa é interessante.

— Até mesmo a lição de química que eu estou devendo? — Faço um biquinho.

— Eu sei que não é nisso que está pensando.

— Por acaso você é algum tipo de ser sobrenatural?

— Millie, se você estivesse pensando na lição de química certamente estaria chorando.

Olho para seus olhos na tentativa de manter um contato visual sério, mas foi impossível.

— Por que está sorrindo agora? — Sinto suas mãos descerem para meu braço, onde ela aperta meu músculos — Adoro isso

— Da pra parar de babar nos meus braços?

— Não muda de assunto.

— Eu não estava pensando em nada — Começo a repetir isso um pouco mais desesperada.

— Você tá' nervosa. Me conta, por favor.

— É sério Sadie — Tento me levantar mais sou puxada outra vez.

— Você está escondendo alguma coisa de mim. Pensei que fossemos amigas.

— É complicado — Me jogo na cama e tampo os olhos com o antebraço.

— Então tem realmente algo rolando — Sink diz em um tom de deboche.

— Não enche.

— Não fala assim comigo, olha o respeito pelos mais velhos — A ruiva se senta em cima de mim.

Ela tinha esse costume, toda vez que eu me deitava ela dava um jeito de subir em cima.

— Eu só não quero falar, satisfeita?

— Não, não estou satisfeita — Ela cruza os braços.

— Uma pena, não é mesmo — Tento me levantar mas Sadie coloca as mãos no meu ombro, quase se deitando sobre mim.

Que a Igreja pegue fogo {SILLIE}Onde histórias criam vida. Descubra agora