Apoio minhas costas em um muro de tijolos velhos e acendo um cigarro que tiro do meu bolso.
— Já vai começar? Ainda nem entramos — Maddie diz bagunçando meus cabelos com suas mãos cheias de garras coloridas.
— Você não devia ter entrado já? — Aponto com a cabeça para a velha casa de show na esquina.
— Temos um probleminha — Ela força um sorriso e some por um segundo, voltando com Finn ao seu lado.
— Outra vez? Sério isso? — Solto uma fumaça no rosto do meu irmão.
— Eu vou com vocês — Ele cruza os braços e fecha a cara.
— Qual é tampinha, vai pra casa. Já passou da sua hora de dormir — Maddie diz passando os dedos pelos cabelos curtos do meu irmão.— Eu sou mais alto do que você, tampinha — Finn debochou da minha amiga e se virou novamente para mim — Eu vou com vocês.
— Você não entra, é só pra' maiores de idade — Apaguei meu cigarro no muro e imitei seus braços cruzados.
— Eu consigo passar por 18 anos, confia em mim.
— Vai embora. Não quero me meter em problemas hoje — Comecei a caminhar puxando minha amiga pelo braço, tentando despistar meu irmão mais novo.
— Não é justo. Eu que te contei sobre essa casa de shows, eu deveria ir junto com vocês — Eu não me virei, mas pude ouvir seus pés batendo contra o chão com força.
— Fim de papo, você vai embora e ponto final — Falei mais alto para que não tivesse que me virar.
— A mãe e o pai sabem que você ta' aqui?
Paro imediatamente quando escuto o começo de uma possível ameaça do caçula.
— Vai tentar acabar com minha noite mais uma vez? — Torço o pescoço para conseguir ver sua expressão de deboche.
— Não quero acabar com sua noite, só quero que você me ajude a entrar.
— Você é idiota ou o que? Não acha que eles pedem documento na entrada? — Maddie disse colocando as mãos na cintura e bufando — Já já a banda entra e nós ficamos aqui fora perdendo tempo por sua causa.
Assisti calada a garota tentar colocar juízo em sua cabeça enquanto eu colocava álcool no fígado.
— Eu não sou idiota. Sei como a Millie fazia quando tinha minha idade.
Encaro o rosto do mais novo com desconfiança. Quando tinha 16 anos eu tinha certeza que Finn ainda não tinha noção de como estavam sendo minhas noites fora de casa.
— Não sou um bebê, eu sei tudo o que você já fez.
Encaro minha amiga, depois o chão, e por fim o cacheado.
— Ok, você entra — Caminhei até ele e cheguei perto do seu rosto — Mas se der alguma merda lá dentro eu juro que a última coisa que você vai ver é um cigarro sendo apagado na sua testa.
O cacheado sorriu convencido e me puxou pelo pulso, em direção a casa de show.
— Você é idiota de deixar ele entrar? Se alguma coisa acontecer você sabe que seus pais te matam — Maddie falou agarrando minha mão com força, decerto com medo por mim.
— Ele sabe que se alguma coisa der errado eu mesmo acabo com ele. Não se preocupa.
Por fora eu estava tranquila, mas por dentro meu coração palpitava com medo do segurança de dois metros espancar o vara pau que o Finn é.
De longe observei ele chegando no começo da fila, desesperado para entrar no que eu espero, sua primeira festa.
Assim que chegou sua vez, Finn conversou brevemente com o brutamontes em sua frente, exalando tranquilidade e honestidade com o segurança, que logo em seguida nos chamou com o dedo e liberou nossa passagem.— Cara o teu irmão é muito foda! — Ziegler gritou para mim assim que entramos no local barulhento.
— Eu não me lembro de entrar tão fácil assim em alguma festa — Disse confusa, porém orgulhosa — Vamos tentar não perder ele de vista.
Mas já era tarde, o garoto havia se enfiado não sei aonde, e só Deus sabe como eu faria para encontrar ele.
— Vê se esquece seu irmão um pouco, se ele passa por um segurança ele pode tudo — Ela gritou indo correndo até o bar pegar alguma coisa para nós duas.
Coloquei um chiclete em minha boca assim que fiquei sozinha, com certeza meus cigarros logo fariam falta, e teria que estar distraída com outra coisa para não ser expulsa ao acender uma chama em um local fechado.
— Aqui pra você — Minha amiga apareceu com um copo de bebida em uma mão, e meu irmão sendo puxado pela blusa na outra mão — Presente em dose dupla.
— Como você passou pelo segurança? — Agarrei meu irmão e o copo misterioso, virando o líquido logo depois de falar.
— Falei que eu estava com a banda — Ele sorriu travesso com seus dentes amarelos de café.
— Que mentira mais esfarrapada, esse segurança não devia estar afim de trabalhar hoje. Você claramente não tem 18 anos.
— Mas eu não menti em nenhum momento — Ele gritou em meu ouvido e tentou pegar o copo de minha mão.
— Que idiotice, você nem sabe qual é a banda — Puxei seus cabelos e encarei o palco vazio.
— Com certeza eu conheço.
Fiquei mais um tempo em uma discussão com o desgraçado do meu irmão, até que a banda finalmente é anunciada.
— Vamos! Temos que chegar na frente do palco — O garoto agarrou minha mão com toda sua força e começou a me puxar até o meio da multidão.
— Com calma, Finn.
— Vamos logo, ela precisa te ver — Ele seguia me puxando firme, eu facilmente poderia me soltar, mas resolvi valorizar seu mísero esforço.
Assim que chegamos na frente do palco, um baterista e um baixista entraram, sendo aplaudidos logo em seguida. As luzes se apagarem e se acenderam logo em seguida do meio do palco, incluindo a vocalista e possivelmente também guitarrista de costas.
— Eu não acredito — Finn disse pulando sorridente.
Quando a mulher se virou quem não acreditava era eu.
— Meu nome é Sadie Sink, e essa noite vocês são todos meus — Ela gritou em seu microfone, criando um burburinho atrás de mim.
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.NÃO REVISADO
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Que a Igreja pegue fogo {SILLIE}
RomansaMillie Bobby Brown está cansada de sua vida intensamente cansativa e tortuosa junto com seus pais e o irmão mais novo. Mesmo não estando na busca por algo melhor, ela acaba cruzando com uma garota que muda tudo. Sadie Sink é uma garota que faz s...