Que a Igreja pegue fogo {SILLIE}

Seis

— O que você está fazendo? Quer que eu morra? — Pergunto quando chegamos em frente a sua casa.

— Hoje não, quem sabe amanhã? — Ela responde com ironia — Pode entrar, já deve saber que a minha vó está na igreja.

— Sua vó e meus pais — Rebato com um pouco de raiva — Fala logo o que você quer para eu ir embora.

— Não tenho nada em mente, só queria sair de lá — Sadie diz trancando a porta.

— E tinha que me trazer junto? — Aumento o tom de voz.

— Preferia ficar lá?

— Sim.

Sink acende a luz e me puxa para o andar de cima.

— Eu queria ter tempo de analisar sua casa — Digo olhando para trás.

— Terá essa chance outra vez.

— Ah eu duvido.

— Se eu fosse você não apostava nada valioso — Sadie abre uma porta — Já conheci seu quarto, hora de conhecer o meu.

Bem quando iria abrir a boca para dizer o quão maravilhada estava de estar naquele recinto, meu celular toca, fazendo eu e Sadie prender a respiração.

— O que eu faço? — Grito sussurrando.

— Por que você tá sussurrando? — Ela sussurra de volta.

— Eu não sei — Falo no mesmo tom, mas agora com desespero.

— Atende.

— Tá maluca?

— Atende essa porra logo — Sadie começa a gritar e sussurrar também.

— Ela não pode saber que eu estou aqui.

— Você não pensa?

— Pensar no que?

A ligação cai.

— Oh glória — Suspiro em um tom normal.

— Você definitivamente não sabe agir sobre pressão — Sink me da um tapinha nas costas.

Mas logo o toque do meu celular se faz presente outra vez.

— Buceta — A ruiva grita se sentando na cama — Me dá isso aqui.

Ela toma o celular de minha mão ignorando todos os meus protestos contra a sua ação idiota.

— Alô? Oi tia, não é a Millie não. É a Sadie — Ela dá uma piscadela para mim — Eu não estava me sentindo muito bem e como não queria incomodar minha avó pedi para que ela viesse me acompanhar até em casa, espero que não tenha problema.

— Meu Deus — Falo baixo batendo a mão na testa.

— Sim, isso mesmo — Ela concorda com uma ótima expressão — Se puder avisar avisar a Karen que estou em casa eu agradeceria muito. Me desculpe mais uma vez por ter saído com ela sem avisar. Mando sim, tchau.

Sadie desliga e joga o celular para mim - ou em mim - e começa a dar risada.

— O que ela disse? — Me desespero.

— Cara, sua mãe é muito fácil de enganar, puta merda — Ela ri mais ainda por minha cara de susto.

— Vai se ferrar — Ela levanta uma sobrancelha — Vai se fuder.

— Muito melhor. Seus pais não estão aqui agora, dentro dessa casa você tem total liberdade de ser você mesma —  A ruiva faz uma referência sem jeito me arrancando uma risada — Não vai me agradecer?