capítulo 55

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Eduardo

Eu confesso que foi difícil ter que esconder tudo tudo isso, sentir aquela dor sozinho, ter que guardar tudo para mim, foi tão difícil que eu tentei descontar tudo isso nas drogas e nas bebidas, e olha, eu não desejo isso nem para o meu pior inimigo.

Eu escondi tudo aquilo, passei por tudo aquilo sem dizer nada porque foi preciso.
A minha tia já estava mal pela a perda da minha mãezinha, eu não queria deixar ela pior.

O importante agora é que ela já sabe de tudo, e tudo vai se resolver, tudo está se encaixando no devido lugar, vai ficar tudo bem.
Eu já sabia que seria difícil para ela saber disso, e isso não é uma coisa que se esconda, e eu escondi isso dela por muito tempo.

Chego no escritório da minha tia e bato na porta três vezes, Leandro abre a porta e eu vejo ele com uma cara desacreditada, e totalmente assustado.

— É verdade?? Tudo isso é verdade? - Pergunta não acreditando, eu respiro fundo e assinto.

— É verdade Lê, tudo isso, até os mínimos detalhes é verdade.

— Como?? Como você deixou ela acabar assim com a sua vida? Como você aguentou tudo isso em silêncio?? Caraca, Eduardo! Eu estaria com você! Te ajudaria e...

— Pepino você já fez muito por mim. - Corto ele. — E continua fazendo! Você fez tudo o que o meu pai não fez, cuidou da minha mãe junto com a minha tia, e quando ela se foi você ficou conosco, nos apoiou e nos ajudou, você fez tanta coisa por nós! Eu sou grato por tudo isso Lê, mas esconder isso de vocês foi necessário! Minha tia estava mal com a perda, ela não iria aguentar tudo isso, e eu também estava mal, não queria piorar a situação.

— Eu te entendo perfeitamente, mas nós somos uma família! Nós iríamos enfrentar tudo aquilo juntos, Edu! Iríamos passar por tudo aquilo e nós íamos conseguir superar juntos! - Ele passa uma mão no rosto. — Só de pensar em tudo que você enfrentou sozinho sendo que eu poderia estar ali te ajudando me deixa mal, me deixa péssimo!

— Pepino já passou, eu estou bem, e agora essa mulher vai ficar longe de nós, eu consegui superar tudo, ok? Eu estou bem! - Ele suspira assentindo. — Eu sei que vocês me ajudariam mas estavam todos muito mal! Eu pensei no que era melhor para vocês, e no fundo eu sei que foi melhor assim. - Ele sorri triste.

— Você é um homem de ouro, Edu. - Ele coloca uma mão no meu ombro. — você é forte, mesmo com tudo isso você ainda pensou em nós. - Ele me abraça.

— Eu vou sempre pensar em vocês. - Abraço ele também e depois o solto. — Cadê minha tia? - ele sai da minha frente, e eu vejo ela sentada com os cotovelos apoiados na mesa e suas mãos cobrindo o seu rosto.

Entro no escritório devagar, escutando sei choro baixo.
Olho para trás vendo o Leandro, ele acena para mim e sai do escritório fechando a porta.

— Tia... - Chamo ela, a mesma tira as mãos do rosto e se levanta rápido vindo até a mim, ela me abraça com toda a força do mundo.

— Olha tudo o que você passou sozinho! - Sua voz sai embargada. — Olha quantas coisas você aguentou sozinho, meu amor! Você é tão forte, tão forte! Você merece o mundo, Eduardo! - Sinto a sinceridade em sua voz.

Eu não sei porque, mas essas poucas palavras me dão um alívio tão grande, é tão bom escutar isso, é tão bom olhar para trás, ver tudo o que eu passei, e perceber que consegui enfrentar tudo isso, consegui enfrentar tanta coisa, e hoje eu estou sentindo que estou sendo recompensado por tudo.

— Você é igual sua mãe. - Diz ainda no abraço. — a mesma personalidade, o mesmo jeito de agir, a força! Ela teria tanto orgulho em te ver assim. - Sinto meus olhos se encherem de lágrimas.

Minha mãe foi, é, e sempre será a melhor pessoa da minha vida, eu amo ela tanto, e eu quero ser como ela, eu realmente quero ter a personalidade dela e o jeito dela.

Ela me solta, uma mão dela para em meu rosto, e ela limpa as lágrimas que desceram sorrindo fraco.

— Me desculpa. - Digo. — Me desculpa por não ter contado, era pra você ficar sabendo mas...

— Tudo bem. - Ela diz tirando a mão do meu rosto. — Está tudo bem, eu entendo o porque vocês fizeram isso, vocês queriam o meu bem.

— Quando ela foi embora eu pensei que nunca mais veria aquila... - Fecho os olhos sentindo um certo ódio e depois os abro. — Aquele demônio novamente. - Suspiro. — Por isso nem toquei no assunto mais. - Minha tia se vira e se senta no sofá, sigo ela e também me sento.

— Agora eu entendi. - Diz. — Entendi o porque você saía todos os dias com o Lucas e com o Michael e voltava bêbado, drogado.
Agora eu entendi o motivo da maconha e a sua mudança repentina.

— Eu tive minha escolha tia. - Digo a ela. — Eu que quis, e foi um erro. - Confesso. — Usar drogas... Isso não é pra mim, isso é ruim, eu tive tanta sorte de ter parado antes de me viciar, eu tive muita sorte.

— Olha, eu admiro muito a sua força, isso não é pra qualquer um Edu, você foi forte! Perder duas pessoas assim... - Ela para de falar, e seus olhos se enchem d'água. — Eu não acredito! - Passa as duas mãos nos cabelos. — Não acredito que ela teve tanta coragem de voltar aqui como se nada tivesse acontecido! Ela matou a própria mãe! - Ela chora mais, me aproximo e abraço ela.

— Ela é um monstro, tia, um monstro!

— Ela precisa ir pra cadeia, ela tem que apodrecer lá!

— Não temos provas contra ela tia, não temos nenhuma prova.

— Cadê o corpo? Cadê o corpo da mãe dela e as digitais, e tudo?

— Nós entramos na casa tia, nós tocamos em tudo, pisamos, e isso caíram mal. Tinha a nossa digital por toda a casa, e talvez isso nos levaria para a cadeia, então na mesma noite o Lucas e o Michael mandaram seus homens dar um jeito no corpo e em todas as digitais da casa.

— Mas nós precisamos achar alguma coisa contra ela, solta ela não pode ficar!

— Não temos e não vamos encontrar, se quiser ela presa, o Michael vai ter que cuidar...

— Não! - Ela exclama. — Não, vamos jogar limpo, não quero que o Lucas e nem o Michael dão um jeito nela.

— Como quiser. - Respondo.

Ela reagiu bem até, eu pensei que seria mais difícil, pensei que ela ficaria brava, ou chateada mas que bom que ela entendeu, que bom que esse problema já está se resolvendo, isso é ótimo.

E hoje eu sei, e afirmo, vamos passar por muitas coisas, vamos ter muitos problemas, vamos passar por situações horríveis e vai doer, vai doer tanto que querer desistir vai ser a melhor opção, mas eu sempre vou me lembrar de que tudo o que eu passar será recompensado, e eu ganharei tudo em dobro.

O que eu venho aprendendo é: Se eu me entristecer muito, lá na frente ganharei alegria em dobro, se eu lutar muito, vou ter o dobro de vitória.
Essa é a regra da vida, quer ser feliz? Então lute pela a sua felicidade.

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Esse capítulo ficou meio pequeno, mas é só para vocês verem melhor como a nossa tiazinha linda ficou.

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Bjinhos da anônima 💋💞




Meu Verdadeiro Lar - Cretinos Nível Hard (1° Livro)Onde histórias criam vida. Descubra agora