Lucas
Saio do quarto dela e começo a procurar a empregada.
— Moça do grito? - Procuro ela pela sala. — MOÇA DO GRITO CARALHO! - Grito ela.
— Oi!! - Ela aparece na sala. — Pois nã... - Ela para de falar se assustando quando olha para a minha blusa, eu olho também e vejo ela com várias marcas de sangue. — Minha nossa senhora! Você machucou ela??? Agora é a minha vez. - Subo meu olhar para ela lentamente, encaro ela e dou um sorriso.
— Chegou a sua vez... - Dou alguns passos devagar para frente fumando meu Beck, e soltando o ar lentamente, vejo ela colocar a mão no coração e dá passos para trás.
— Po-por favor, senhor! Não faça nada comigo, eu não tenho nada, a minha vida nem faz falta! - Ela fecha os olhos. - Pai nosso que estás no céu...
— Olha, uma faca! - Ela abre os olhos rapidamente e olha para mim assustada. — Estou brincando, bobinha! - Ela suspira forte com a mão no coração.
— Você é louco? - Pergunta. — Eu pensei que era verdade! - Limpa uma lágrima que desceu involuntariamente.
— A Bruna se cortou todinha, seus antebraços estão todos mutilados, e quando eu cheguei lá, ela estava se cortando, eu tentei impedir e ela me empurrou, encostou em mim várias vezes me sujando, entende? - Ela assente.
— Coitadinha... Em que posso ajudar?
— Vim atrás de curativos, sei lá, uma faixa pra enrolar, um remédio, pomada, qualquer coisa!
— Ah sim, claro! Um minutinho só! - Ela sai de vista.
Depois de alguns minutos ela volta com uma caixinha com vários remédios, ela me explica como que eu tenho que fazer o curativo, e depois da explicação eu volto para o quarto.
Abro a porta e vejo a Bruna arrumando o seu quarto.
— Que zona. - Escuto ela dizendo baixo.
— Voltei. - Ela da um pulinho de susto, e logo depois se vira para mim, seus olhos encontram os meus e eu novamente me sinto atraído pelo os seus olhos, não consigo de forma alguma desviar.
Os olhos dela estão inchados de tanto chorar, e seu nariz e bochecha estão vermelhos ao extremo, é impressionante como ela emagreceu em apenas uma semana, isso me incomodou muito.
Depois de um tempo encarando ela, eu volto para o mundo real e vejo como ela está desconfortável, paro de encarar ela e entro no quarto fechando a porta.
— Me desculpa por aquilo. - se senta na cama. — Eu não estava no meu melhor momento, e nem estou ainda.
— Tudo bem. - Me aproximo da cama, a Bruna começa a chorar novamente, eu iria tentar consolar ela, mas estou ocupado estando impressionado com o tanto de remédios que tem encima da cama.
— Que droga! - Ela coloca a mão no rosto me despertando. — Que desgraça! Vida desgraçada! Tiraram a minha mãe de mim, a pessoa mais importante pra mim! Caralho, a minha mãe! Porra!
Imagino a dor que ela está sentindo, eu senti a mesma dor, mas também senti o prazer de matar quem matou a minha mãe.
_ Olha Bruna, eu não sou a melhor pessoa pra você conversar, desabafar ou pedir conselhos. - Me sento ao seu lado. — Mas eu posso tentar... - Ela me olha.
— Por que...? - Pergunta. — Eu te odeio, Lucas! - Franzo o cenho olhando para ela.
— Eu sei disso.
— E por que você veio aqui? Por que veio me ver mesmo sabendo que eu te odeio? - Sorrio de lado abaixando a cabeça, e depois olho para ela.
— Você sabe o mal que eu te fiz, não sabe? - Assente. — Você disse que eu destruí a sua vida, e eu quero de alguma forma compensar tudo que te fiz. Sei que eu não fui uma das suas pessoas favoritas, sei que você me odeia pra caralho, mas nesse momento delicado eu estou aqui com você. Quebrando regras, ameaçando o porteiro, arrombando seu portão, desativando os alarmes da sua casa. - Ela arregala os olhos.
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Meu Verdadeiro Lar - Cretinos Nível Hard (1° Livro)
Romance"Lar não é apenas um lugar para morar...." 1° livro da série: CRETINOS NÍVEL HARD Rayane é uma brasileira de 17 anos, atualmente ela é uma garota vida louca, debochada, fria, durona, fechada, e guarda muitas coisas apenas para ela, mesmo sendo assim...