Capítulo 34: Estranhos Seis Pés Abaixo

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1940

Não foi a primeira vez que Harry compareceu a um funeral para mais de uma pessoa ao mesmo tempo. A última vez, no entanto, tinha acontecido logo após a guerra e a queda de Voldemort. A atmosfera agora era diferente da de então - agora uma sensação de confusão e incerteza permanecia, manchando até mesmo os momentos mais profundos de tristeza. Como alguém deveria seguir em frente quando não sabia o que havia resultado na morte de seus entes queridos?

O cemitério e a funerária eram diferentes daqueles onde Melania Black havia sido enterrada. Havia mais pessoas aqui do que havia lá, e Harry, como Testemunha, tinha um assento com Tom bem perto da frente. Ele desejava não ter sido designado um assento lá: ele não conhecia as pessoas que haviam morrido, e ele tinha certeza de que havia pessoas na multidão atrás dele que eram mais merecedoras do assento que ele ocupava.

Ele viu Trelawney sentado com algumas outras pessoas que ele identificou como videntes mais à frente. Ela, como todos que estavam de alguma forma associados ao Departamento de Adivinhação, estava vestida com um uniforme designado pelo Ministério. Harry não tinha visto isso nela antes, e se perguntou se as regras para ela eram mais frouxas do que para ele.

"Este é o momento de pensar em coisas assim?" pensou então, irritado consigo mesmo. As pessoas estavam de luto, e a situação, sem dúvida, se tornaria um problema para ele também, em algum momento no futuro. E, no entanto, aqui estava ele, pensando em coisas sem importância e irrelevantes.

As famílias das três Testemunhas eram fáceis de reconhecer, mas mesmo após a cerimônia, Harry não conseguia se aproximar delas por conta própria. O que ele poderia dizer, afinal? Ele não saberia os nomes dos falecidos se eles não tivessem sido escritos na carta que ele recebeu. E, no entanto, seria terrivelmente rude se ele nem sequer tentasse dizer uma palavra de conforto. Ele tinha que ir.

"Charada, certo?", alguém disse, e Harry se virou para ver uma Testemunha vagamente familiar de pé atrás dele. Ele não podia, pela vida dele, lembrar o nome do homem.

"Sim", disse Harry. "Como você faz?"

"Bem, é sempre perturbador quando esse tipo de coisa acontece", disse o homem, e ele não pareceu particularmente afetado pelo evento. "É trágico que raramente encontremos outras Testemunhas fora dos funerais. Eu propus isso ao Departamento algumas vezes, você vê. Propôs que tivéssemos reuniões regulares de algum tipo, mesmo que apenas para saber com quem trabalhamos. Ainda não aceitei minha oferta de sediar essas reuniões, infelizmente."

"Eu vejo", disse Harry em resposta, tentando descobrir uma maneira de deixar a companhia do homem, sem perturbá-lo. De alguma forma, ele não achava que precisava de mais inimigos do que os que ele provavelmente já tinha de alguma forma. Ele não conhecia esse estranho, e a maneira como ele tão facilmente passou de quão chateado ele estava, para discutir algum tipo de engajamento social lembrou Harry demais de Malfoy – Draco, não Marchosias – para que ele quisesse conhecê-lo também. "Bem, sim, seria bom, eu suponho. Encontrar outras Testemunhas com mais frequência"

"Harry", disse Tom, aparecendo ao seu lado e sorrindo educadamente para o estranho. "Devemos dar nossas condolências às famílias afetadas por isso, lembram-se? Vamos lá."

"O que eu faria sem ele?" Harry pensou de repente, sentindo carinho e medo. O que aconteceria com Tom se Harry acabasse igualmente descartado como as três Testemunhas aqui? Tom culpava Grindelwald, achava que Harry ainda tinha certeza de que tinha sido alguém no Ministério. De qualquer forma, Tom certamente faria algo imprudente. Para não mencionar - para onde ele iria? Ele tinha apenas treze anos. Eles o mandavam para um orfanato, e o simples pensamento disso fazia Harry se sentir doente. Não, ele não ia morrer. Ele não podia deixar ninguém superá-lo em uma batalha, mesmo que tal perda ajudasse a mantê-lo sob o radar. Ele simplesmente não podia correr o risco.

if them's the rules(TRADUÇÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora